quinta-feira, 25 de setembro de 2014

¡La Oreja de Van Gogh en Mendoza!

Depois de finalmente soltar os posts dos meus festivais preferidos no Brasil, é hora de finalmente falar sobre música espanhola.
Fotos minhas
15 de maio de 2014
Me ferro pra conseguir sair do interior de SC pra tentar ver shows em SP/RJ, imagina então pra tentar ver show nos países hermanos, tirando Juanes que foi um misto de planejamento e sorte, nunca tentei, principalmente por motivo $$, ir em shows de artistas latinos na Argentina, por exemplo.
Sempre tive azar com La Oreja de Van Gogh, uma vez estava em Buenos Aires e eles tocariam lá dois dias depois que fui embora, e naquela baita sorte de ir ao Rock in Rio Madrid, eles tocaram no final de semana anterior ao que fui. E claro, como praticamente todas as bandas espanholas que curto, nunca tocaram no Brasil (com exceção de El Canto del Loco).
Programei minhas férias para estudar espanhol em Mendoza na Argentina, confesso que escolhi Mendoza também por as vezes ter shows bacanas por lá, e acabei tendo uma baita sorte. Alguns dias depois, La Oreja de Van Gogh anunciou que faria show lá (Sem falar que também peguei show do Jorge Drexler, próximo post), fui atrás do ingresso, mas não tinha venda online e nem por telefone, deixei para comprar quando chegasse em Mendoza, uns 10 dias antes do show, cheguei num sábado a noite, no domingo quando iria atrás do ingresso, anunciaram no twitter que todos os shows da turnê na Argentina estavam com ingressos esgotados.
Conversei com mendocinos e eles me recomendaram a ir na frente do Auditório Ángel Bustelo que sempre tem alguém vendendo, cheguei uma hora antes, não tinha nenhum sinal de “vendedor”, fiquei por ali, até que chegou uma moça perguntando quanto tava o ingresso, falei que estava esgotado, e aí ela disse que tinha ingresso para vender, já desconfiei, disse que trabalhava ali e tinha ingresso para o setor de Invitación, um preço até que razoável pelo que achei que pagaria pra cambista. Dei uma choradinha pra ela, falei para não me vender ingresso falso, disse que não era dali, ela disse que o ingresso era original e que iria comigo até a entrada pra eu ter certeza da vericidade do ingresso, e ela fez isso mesmo, foi até quase onde entreguei o ingresso. O lugar não era o melhor, mas era o melhor que poderia conseguir pelas circunstâncias, como era no setor de invitación, não era lugar marcado, quem chegava primeiro, escolhia o seu lugar, como cheguei até que cedo, consegui um bom lugar.

O show estava marcado para as 22hrs, e nessa hora entrou no palco Lowrdez para um pocket show de abertura, bacana, mas nem prestei muita atenção nas músicas, só olhava para o guitarrista, que me lembrava o Rafael Cardoso. hehe
Mas teve um momento que me arrepiei nesse show, fizeram uma versão de La Ciudad de la Furia e dedicaram ao Cerati, que justamente naquele dia completava exatos 4 anos em coma. :’( Sdds Cerati!! Faz muita falta nesse mundo!!
Lowedez
Acho que LOVG é o único caso em que trocaram o(a) vocalista e que deu certo. Quando anunciaram que Amaia Montero sairia cheguei a pensar que a banda acabaria, porque a voz da Amaia é única, tão característica, as músicas de LOVG são o que são pela identidade musical da banda e vocal que a Amaia impôs. Pra mim seria como quando a La Quinta Estación anunciou o fim, não daria para continuar a banda sem a Natalia Jiménez. Mas aí por sorte do destino e competência dos que “sobraram” de LOVG, encontraram a Leire Martínez. Acredito que ela consegue dar ainda mais vida as músicas, e como um cara disse minutos antes de começar o show, a Amaia era “princesinha” demais no grupo, a Leire combina com o grupo. Aqui, vendo de fora, pra mim está um “casamento” perfeito, Leire aceitou essa baita responsa e está se saindo muito bem!
Não lembro exatamente quando comecei a escutar LOVG, mas já devem fazer uns 8, 10 anos, ou mais, não sei. Mas lembro que a primeira música que escutei foi Rosas, minha irmã colocava no quarto dela aí eu “pô, isso é massa!” e aí sempre tava querendo ouvir a música da “carita empapada” e depois conhecendo os discos.
E foi justamente Rosas que abriu o setlist, e que vem abrindo a turnê Primera Fila, aliás, um excelente setlist, claro que sempre fica uma ou outra que a gente adora de fora, mas acho que não mudaria quase nada. rs
Por mais que eu goste da organização e tranquilidade que um show com lugares marcados dá, é fodz complicado ficar sentada num show como o do La Oreja, só balançando o pézinho. Acho que foi já em Mi Calle es Nueva York que alguns se levantaram e já tava toda feliz pensando que o show seria em pé, mas logo eles tiveram que sentar :’(
Xabi e o Theremín
“Pensé que era un buen momento, por fin se hacía realidade”, ay 20 de Enero, para mim é praticamente um clássico já! rs. Aliás, por mim comentava todas as músicas, mas melhor não porque sempre me empolgo escrevendo e o negócio já tá meio grande.
Muito bom poder ouvir ao vivo Perdida, essa é daquelas músicas que diz muito para e por mim. Outro dos “clássicos” que apareceu foi París, coisa linda, e em seguida, mais uma que eu adoro Europa VII.
A linda Palabras para Paula, que foi feita em homenagem a filha do Haritz Garde é daquelas músicas que SE um dia eu tiver um filho ou filha eu vou colocar para escutar muito, e claro, terá um significado totalmente novo.
Palabras pra Paula                                                                       María
La Playa é daquelas para sair berrando e cantando com olhos fechados (rs) “y un día verás que este loco de poco se olvida”.
Mais um dos “clássicos”, a primeira música do primeiro disco, Dile al Sol, que recentemente já fez 16 anos (!!), El 28!
Teve a linda visita de María ao som do ukelele do Pablo Benegas, claro, sem a participação da Natália Lafourcade, mesmo preferindo essa versão em forma de dueto, ainda assim continua sendo uma linda versão.
Amo essa versão que estão fazendo de Deseo de Cosas Imposibles, um jeito “semi” acústico, com os 4 juntos e Haritz continuando na bateria.
É oficial: nunca chorarei num show, não chorei nos shows do Paul em Something e Here Today, nem em Turn no Travis ou The Universal no Blur, meus olhinhos só brilharam em Wake Up no Arcade e não chorei em Jueves, pra mim uma das músicas mais lindas! Feita em homenagem as vítimas do atentado aos trens em Madrid em 2004, serviu como a música que apresentou Leire como a nova voz da LOVG. Não sei como consegui gravar, mas depois do show do Juanes que me arrependo de não ter feito mais vídeos, nesse fiz mais. Ficou meio tremido porque olhava pouco para a câmera, e preferi filmar porque aí não cantava e não estragava esse efeito lindo que a música passa, só com o excelente piano de Xabi San Martín e a tremenda voz e interpretação da Leire.
Agora não lembro mais se foi em Muñeca de Trapo ou El Primer Día del Resto de Mi Vida que o povo finalmente se levantou, mas só sei que deveria ter sido assim o show inteiro. El Primer Día... além da parte animada com o coro do “ooôôoo” serve também como um banho frio para lembrar que logo o show acaba, já que encerra a primeira parte do show.
Foram tantas músicas no bis que perdi a conta, parecia show do Paul McCartney. A primeira do bis foi a mais nova no repertório, e também ótima, Pálida Luna.
“Quedate esta fria madrugada, quedate hasta que la luz me alba” olha, se durasse mais, eu ficava! Cometas por el Cielo é uma das que mais gosto nessa fase Leire, me passa uma sensação tão boa, “Y que pequenos nos veran, los que no volaron nunca”. Sem falar que a música permite a entrega do público com o “uuuôôô uuuôôô...”.
Com Pop o auditório foi tomado por um clima totalmente festivo e divertido (mais ainda).
O tom já de despedida não tira a energía que tem La Niña que Llora en tus Fiestas. Aliás, adoro a forma como a Leire finaliza as palavras como “Miramé” e também em várias outras músicas, forçando e alongando a sílaba final.
“Mi mundo empezando a temblar, presiento que se acerca el final” letra mais que perfeita para finalizar o show, e é assim que acaba, com a excelente Puedes Contar Conmigo, em um setlist também excelente! “y sólo quedarán los buenos momentos de ayer”
Os quase 20 anos de carreira do LOVG fizeram com que eu visse um dos melhores shows que já vi, sério. Pablo é incrível na guitarra, violão e ukelele, mesmo com aquele jeito que pra mim chega a ser tímido. Fantástico o som que ele consegue tirar desses instrumentos, principalmente quando você olha para o palco e não vê uma outra guitarra ou violão de acompanhamento. Xabi além de um excelente compositor, culpado pelos grandes sucessos do LOVG, é um grande pianista, que fica evidente em músicas como Jueves e em tantas outras da banda que ficaram tão famosas também pelo som característico do piano e teclado. Haritz e Álvaro Fuentes tem uma presença visual um pouco mais discreta, mas não musical. Leire é tudo o que já comentei acima, somando todos eles, dá uma qualidade fantástica de show, só senti falta dos violinos que tem nos cds e no dvd Primera Fila, mas mesmo assim, um show lindo, e a banda em excelente sintonia. Foi só com esse show que consegui diminuir a minha obsessão que estava com Arcade Fire após os shows no Brasil, precisava de uma nova obsessão. Só me arrependo por não estar com uma bandeira do Brasil, só para deixar uma marquinha de leve para eles neh. PQP, cadê essas produtoras brasileiras pra trazer essas bandas para o Brasil?!
Segundo as informações “oficiais” de divulgação, o show começaria as 10 e terminaria as 11:30, sabem de nada, inocentes! LOVG começou as 10:30 e terminou a 1hr, com um tempo muito bem aproveitado, num setlist para mim, perfeito!
Nesse meio tempo teve problema com as caixas de som do lado direito do palco, parando o show por uns quase 10 min, o que serviu para Leire trocar de roupa e pedir desculpas no jeito mais fofo do sotaque espanhol. Amei Mdza, o auditório ficava a 7 minutos a pé da casa onde estava, saí do show com uma pequena caminhada, sozinha, tarde de noite, pensando na ótima sensação do show. E até nem foi tão mal ficar meio que doente por uns 4 dias por causa do frio que peguei. rs
Xabi falando para Leire que terão que parar o show
Também não inventei de ir atrás da banda em aeroporto e hotel, primeiro por preguiça mesmo de ir atrás das informações, estar sozinha, sem os meus cds e também nem ia dar, essa cidade de Mendoza consumiu meu tempo de um jeito, acordava, ia para aula, saía pra fazer algo e quando via já era hora de ir dormir de novo.
Fico agora também com a lembrança da dona da casa onde estava, comentando num jantar com amigos dela que eu tinha ido ao show de La Oreja, e aí sob efeito do vinho, ela e as amigas ficaram cantando berrando Rosas. hauahaua

La Oreja volta para a América do Sul agora em novembro, inclusive passam novamente por Mendoza, mas claro, nada de Brasil, cadê gravadora e produtoras pra trazer esse povo hein??!! 

Um comentário:

  1. Fantástico.
    Me identifiquei com "PQP, cadê essas produtoras brasileiras pra trazer essas bandas para o Brasil?!" hehehe
    Você também começou com Rosas? Fala sério. Eu também. Aquele refrão... Nossa... É muito lindo.

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