terça-feira, 26 de julho de 2011

Harry Potter, a saga de J.K. Rowling

Bom, pensei “ah, vou escrever um post sobre Harry Potter já que o último filme foi lançado”... putzlamierda, comecei a escrever e foi difícil parar (afinal, tbm fui acompanhando a evolução dessa saga), sempre vinha outra coisa na cabeça sobre a série... o negócio ficou grande, vou dividir em uns 2, 3 posts... me deixa, hehe, sou uma potterhead! hehehe
Jo Rowling, world premiere HP e as Relíquias da Morte Parte II - gif
 “This boy will be famous. There won't be a child in our world who doesn't know his name.”
Professor McGonagall
No primeiro diálogo do primeiro filme da série Harry Potter, a Professora McGonagall não poderia estar mais certa. Foram 7 livros, 8 filmes e um fenômeno mundial, que marcou uma geração, e posso dizer que marcou a minha também. Podem falar o que quiserem, mas Harry Potter é a franquia mais rentável da história do cinema (mais ainda que o meu adorado Star Wars, e acho que pelo fato dos livros, gosto ainda mais de HP do que SW, mas isso já é outro assunto). hehe

Joanne Rowling (J.K. Rowling) criou um universo fascinante, escreveu 7 livros, cada livro é referente a 1 ano na vida de Harry Potter, desde quando ele descobre que é bruxo e vai estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, até a luta final com seu arquenemigo sem nariz, Voldemort (adoro falar esse nome hehe).

     1 (1997) - Harry Potter e a Pedra Filosofal (Philosopher´s Stone)
     2 (1998) - Harry Potter e a Câmara Secreta (Chamber of Secrets)
     3 (1999) - Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Prisoner of Azkaban)
     4 (2000) - Harry Potter e o Cálice de Fogo (Goblet of Fire)
     5 (2003) - Harry Potter e a Ordem da Fênix (Order of Phoenix)
     6 (2005) - Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Half-Blood Prince)
     7 (2007) - Harry Potter e as Relíquias da Morte (Deathly Hallows)
Gif
E o bacana foi poder acompanhar isso, li o primeiro livro quando tinha uns 13, 14 anos, (lá por 2001), e assim como os personagens, os leitores foram amadurecendo enquanto liam os livros, a história parte de um conceito até um pouco infantil, e livro após livro vai ganhando forma, crescendo, com ainda mais conteúdo, mais complexa, e até mesmo mais “dark”.
Interessante também é dar uma lida na vida de Jo Rowling, e ver como foi a idéia para escrever os livros, e como todo esse universo foi sendo criado. Desde a viagem de trem para Londres, onde o trem quebrou, e sem papel ou caneta, ela teve uma idéia:
A ideia de Harry Potter surgiu de repente em minha mente (...) e nenhuma outra ideia tinha me animado tanto quanto essa.”- J.K. Rowling

Jo Rowling hoje é considerada a escritora mais rica da história, é a mulher mais rica do entretenimento no Reino Unido, e seu dinheirinho está acima até mesmo da Rainha Elizabeth Segunda. Mas tudo isso faz ainda ser mais interessante por tudo o que ela passou, a falta de dinheiro, depressão, as idas ao Nicolson's Café ou ao The Elephant House Café, onde ela escrevia a história enquanto sua filha dormia. E o fato de a história ter sido recusada por umas 10 editoras (chupem agora hehe) até parar na Editora Bloomsbury, e se tornar o que Harry Potter se tornou.

Nos extras do DVD Enigma do Príncipe (Half-blood Prince) tem um documentário de quase 1 hora, J.K. Rowling, A Year in the life, que mostra um pouco da sua vida e ela escrevendo o último livro. Gostei ainda mais especificamente de quando ela escreve o epílogo do último livro, partes que não ficaram na edição final, por falta de tempo e pressão para entregar a versão final. No Brasil esse documentário também já passou no canal GNT.
 Hagrid: You are a wizard Harry! 
Harry: I can't be a-a-a wizard. I mean, I'm just Harry, just Harry. 

Sim, J.K. recebeu críticas dizendo que suas histórias eram cheias de clichês, que tem toda aquela lenga-lenga do bem contra o mal, a força do amor, e pontos chaves pra fazer a história ser popular, mas tô nem aí pra isso, alguma coisa ela fez certo para a sua história fazer tanto sucesso neh?! hehe
Eu geralmente tendo a deixar de lado um livro quando ele se torna comum, ou que já tenho praticamente total ideia do que irá acontecer, mas com Harry Potter isso não ocorreu, pelo contrário, sempre que pegava o livro, não conseguia mais parar, do 1º ao 4º livro foi tranquilo pq tinha os livros já em mãos, mas nos três últimos foi mais complicado, terminava de ler e ficava, “#&$¨@# mais uns 2 anos para ler o próximo!”.
Prefiro ser considerada como uma vítima do “lixo-pop” que alguns críticos consideraram a história, e já poder ter lido esses livros. Para mim, os livros apresentam uma narrativa bem construída, personagens fortes e marcantes, Jo criou um novo “mundo”, o dos bruxos, que vivem “paralelamente” ao mundo dos “muggles” (os trouxas, putalamierda como a tradução faz as coisas perderam a graça no Brasil), os livros se passam na década de 90 na Inglaterra, o mundo dos bruxos é governado por um ministério, tem dinheiro, cultura, habitantes próprios, e toda aquela história de amizade, amor, sacrifício, coragem, morte, e apesar de ser um mundo de bruxos, o preconceito é trazido a tona, através dos” sangues-puros” contra os Mudblood (sangue-ruim, nascidos trouxas).
Não considero HP nem um pouco como uma história infantil, fraca e bobinha, muito pelo contrário. Os livros são cativantes, tem humor, amor, crescimento, responsabilidades, mistério, um lado um pouco “dark”...
O trio principal pela primeira vez... é gif, clique para ver
Após assistir o último filme agora em julho, a sensação que me deu foi “caramba, quero ler os livros novamente!”.
Minha sobrinha, agora com 3 anos, e meu(inha) sobrinho(a) que está a caminho, também lerão Harry Potter, será o meu presente que eles receberão ao fazerem 11 anos! hehehe

Gosto da narrativa de JK, é cativante, interessante, tem ironia e o bacana também é que me lembra um pouco sua escritora favorita (e minha também) Jane Austen. Ou sou só eu que enxergo um pouco de Elizabeth Bennet e Mr. Darcy em Hermione Granger e Ron Weasley?!

Ahh, particularmente não gosto do personagem Harry Potter, sei lá, nunca gostei do personagem em si, mas isso é outra história. hehe
Quem era “nova” como eu ao ler os livros se sentia um pouco frustada, era um pouco frustante ir pra escola e ter aula de ciências e matemática, ao invés de Feitiços ou transfiguração, ou jogar Quidditch (quadribol) ao invés de handbal. hehehe

Além de Harry Potter, Joanne escreveu livros que são citados em Harry Potter: Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beasts and Where to Find Them), Quadribol Através dos Séculos (Quidditch Through the Ages), os Contos de Beedle,o Bardo (The Tales of Beedle the Bard,). E o dinheiro arrecadado com esses livros são destinados a instutuições de caridades. Esses ainda não li.
Relíquias da Morte - Parte I - Gif

Li o primeiro livro antes da estréia do primeiro filme, e lembro que achei fantástico como tinha coisas que ficaram exatamente como eu tinha imaginado ao ler o livro: o beco diagonal, Hogwarts, Snape, Ron, Hermione,... 
Claro que teve algumas coisas e situações que são ficaram diferentes dos livros, mas nada que mude completamente a história, e seria impossível colocar todo aquele universo dos livros em duas, três horas de cada filme. Mas se bem que eles poderiam fazer algo tipo aquelas miniséries da BBC neh?! hehe
Mas vou parando por aqui, depois posto mais sobre os filmes e mais um pouco da saga, me deixa! hehehe
Site oficial da Jo Rowling
Esse tumblr tem umas coisas bacanas sobre a série: hpotterfacts.tumblr.com
Uma saída ao estilo Snape! Ps: é gif,

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Viña del Mar

Sem muito por hoje, apenas a lembraça da adorada Viña del Mar, no Chile, conhecida como La Ciudad Jardín, nada mais justo.
Uma cidade agradável, povo educado (bom, como os chilenos neh), na costa o oceano pacífico,
É triste lembrar de Viña, estando em uma cidade com um céu cinza, um rio poluído, sem nenhum atrativo...
Viña tem em torno de 300mil habitantes, em 122km2. Está apenas a 1hr e meia de Santiago, e ao lado de Valparaíso (outra preciosidade, muito bacana). 
Reloj de Flores
Reloj de Flores, “portal” da cidade, diz a tradição que ao visitar Viña, tem que tirar foto no relógio, para poder voltar. Deveria ter feito uma filmagem também! 

Palacio Presidencial de Cerro Castillo, Castillo Wulff Sheraton Miramar pequeninhos ao fundo:

Palácio Carrasco:

Na frente do Museo Fonck (o mais importante referente a cultura Rapa Nui) está um legítimo Moái, somente 4 foram retirados da Isla de Pascua, esse é um deles:
Moai Del Ahu


Anfiteatro La Quinta Vergara, onde ocorre o festival mais importante da música hispanoamérica, Festival Internacional de la Canción de Viña del Mar: 
Anfiteatro La Quinta Vergara
Quando perguntei para o motorista que estava nos guiando em Viña se o local do Festival de Viña era perto, ele me respondeu: “Por fin!!! Eres la primera brasileña que me pregunta sobre el Festival!!”, todo felizão! hauahaua... um dia vou ir assistir El Festival ao vivo! hehe
La Quinta Vergara está localizada no Parque Vergara, onde ainda se encontram o Palacio Vergara, o Artequin Viña del Mar e mais jardins.
Parque Vergara, o Palacio Vergara estava em obras.
Na entrada do Parque Vergara, bustos e poemas de Pablo Neruda e Gabriela Mistral, orgulhos da literatura chilena:
Pablo Neruda e Gabriela Mistral
Casino Viña del Mar                      Plaza Vergara
Veículos como a revista Forbes, consideram Viña como um dos balneários mais exclusivos da América Latina, e o jornal Le Monde como uma cidade de alto luxo latina.
Só sei que achei Viña muito superior a Punta del Leste, principalmente fora de “temporada”.
Me lembrou também um pouco Florianópolis.
Parroquia Nuestra Señora de Dolores   -      Teatro Municipal 
Fiquei pouco tempo em Viña, mas o tempo que fiquei já me deu vontade de morar lá, e vou, um dia, quem sabe...
Ai, só de pensar em tomar aqueles deliciosos helados de dulce de leche chilenos, no pôr do sol, a beira mar...

“Solo les digo que todas las tardes sale de su casa en dirección a pasear
buscando calles, sintiendo la calle, viviendo en la zona de Viña del Mar.
Ya la verán luciendo su bluejean, tomando el sol, en Plaza San Martin...”
[Chico Trujillo – No me pregunten como es mi muchacha]

Fotos tiradas em Julho de 2010, por mim, e/ou pelas minhas irmãs.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Milagre nos Andes

Finalmente, por esses dias, terminei de ler o livro “Milagre nos Andes” escrito por Nando Parrado, um dos sobriveventes do trágico acidente ocorrido nos Andes com o time de rúgbi uruguaio, que estava a caminho do Chile.
Após 30 anos do ocorrido, Nando Parrado descreve como foram os dias (e noites) frias e de agonia que passaram na montanha. O livro foi escrito com a ajuda do escritor Vince Rause

Foto retirada do site Parrado.com
[Se você não conhece a história (totalmente improvável), tome cuidado, pois esse post contém Spoiler hehe, brinks, mas o que realmente importa ao ler o livro, são as sensações que ele te passa.]

O avião Fairchild da Força área uruguaia partiu de Montevideo com 45 pessoas (jogadores do time Old Christians, amigos e familiares dos jogadores e tripulantes) a bordo para o Chile no dia 12/10/1972, teve que parar em Mendoza na Argentina devido ao mau tempo, e na tarde de 13/10/72 seguiu rumo a Santiago, mas a viagem foi interropida. Devido ao mau tempo, o avião foi perdendo altitude e acabou batendo no pico de uma montanha (Monte Seler, nome dado por Parrado após o acidente), o que fez a parte traseira do avião ser desprendida, e depois, o avião acabou se chocando com uma geleira. No acidente morreram 13 pessoas, e durante a primeira madrugada, mais 3.

Nando ficou em coma por três dias após o choque da aeronave com a montanha, e quando acordou, descobriu o que estava acontecendo, soube que sua mãe, Eugenia (que também estava no voo), havia falecido e que sua irmã caçula, Susy, estava muito mal, além de saber que perdeu seu melhor amigo.
A forma como ele descreve os acontecimentos é triste, mas verdadeira e sem sensacionalismo.

Eles passaram os dias na montanha com a esperança de que o resgate chegasse, mas após 8 dias, eles ouvem num radinho de pilha que as buscas foram canceladas, que seria impossível que ainda houvesse algum sobrevivente nas condições climáticas dos Andes. (as buscas foram dificultadas devido as coordenadas erradas passadas pelo piloto antes da queda) 
Com os dias passando, o vinho e a comida acabaram, e como conseguir proteína para tentar escalar as montanhas para a fuga, sem outro recurso, além dos corpos já falecidos? Sim, isso mesmo. A primeira vez que ouvi sobre isso, fiquei pensando “ui, credo”, mas ao ler o livro, você entende que era a única forma de sobrevivência, não existia outra maneira. Mas como eles mesmos disseram (assim como os parentes dos mortos), a morte dos seus amigos tiveram algum significado para os que viveram.
Se ainda não bastasse tudo isso, quando eles já estavam se “acostumando” com a vida nos Andes, uma avalanche atinge a fuselagem, e mais 6 pessoas acabam falecendo, incluindo Marcelo, que tinha o papel de líder do grupo. Somando todas as mortes durante os 72 dias, foram 29.

Após tentativas de escalada, em 12/12/72, Nando, Roberto Canessa e Tintin (Antonio Vizntín) partem para oeste em busca de ajuda, Tintin volta para o avião, pois descobrem que a caminhada seria mais longa do que eles imaginavam. 
Uma "caminhada" (escaladas, descidas, frio, cansaço, fome, sem equipamentos adequados...) de 100km, nas condições que eles se encontravam foi algo totalmente inacreditável. A chegada no rio, o encontro com Sergio Catalán, o papel na pedra... esse é uma das melhores partes do livro.
"Vengo de un avión que cayó en las montañas..."

Logo após de terminar de ler o livro, assisti o filme Vivos (Alive, 1993), nossa, ler o livro é muito melhor! (Obs: o livro foi escrito depois - lançado em 2006)
Nando consegue descrever de maneira única os momentos mais difíceis que passaram na montanha, o medo, a angustia, incerteza, e também, tirar lágrimas nossas, como quando descreve o reencontro que teve com sua irmã mais velha, seu cunhado, e seu pai, Seler Parrado, a principal força para ele sair vivo dos Andes.
Alguns dos sobreviventes descansam ao sol, fora da fuselagem do avião:
Foto retirada do site Viven
Não consigo me imaginar em uma situação tão extrema quanto essa, mas esses mesmos 16 sobriviventes também não se imaginavam, e de forma surreal, eles suportaram os 72 dias na montanha, e viveram para poder nos contar essa história. Eles eram jovens, sem muita experiência e conhecimento, mas foram criativos, trabalharam em equipe, união, houveram lideranças no grupo, se organizaram. Foram corajosos, mesmo com a morte tocando nos seus ombros (como o Nando descreveu), foram perseverantes, tiveram fé. Claro que houveram discussões, mas isso não vem ao caso.

No resgate dos mineiros soterrados no Chile, alguns dos sobreviventes foram na Mina San José, conversaram com os mineiros e seus familiares, deram forças, e pediram para que não desistirem de buscar os 33 mineiros.
E os 16 sobreviventes se reúnem todos os anos, em 22/12 para comemorar o aniversário, pois em 22/12/72 nasceram de novo.
Já existem mais de 15 livros, 3 filmes, 9 documentários,...sobre uma das (se não a maior) maiores história de resistência humana!
O site dos sobreviventes é bem interessante e bacana: http://www.viven.com.uy
Tem também o site do próprio Parrado: http://www.parrado.com
Milagre nos Andes é um relato extraordinário! Fica a dica para ler esse livro, uma história trágica de superação, mas fantástica. 
"Todos temos nossos próprios Andes" [Nando Parrado]