Sim, ainda post sobre Lado a Lado, já fiz um panorama geral dos motivos de ter gostado da novela (história, qualidade, conteúdo,... post anterior aqui), e enquanto acompanhava a novela
durante esses 154 capítulos, sempre ia escrevendo algo que queria publicar
aqui, mas nunca finalizava e o negócio ficou grande, aí me enrolei pra organizar tudo, e agora já tá mais que na hora de publicar. ...Não, e não me venha com papinho "ui, ela gosta de novela, ela é alienada" porque isso é ridículo, acompanhar Lado a Lado foi como acompanhar uma série de alta qualidade, na minha opinião. E foi o único programa da Globo que acompanhei ultimamente.
O último capítulo foi ao ar justamente no dia internacional das mulheres (08/03),
nada mais justo para uma novela que retratou muito bem como as mulheres sofriam
preconceitos, não tinham espaço em uma sociedade machista. LaL foi uma novela
muito feminista, acho que depois vou fazer mais um post só sobre isso. brinks.
As Protagonistas
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Laura
A Laura (Marjorie Estiano) foi um dos casos raros de protagonistas que eu gostei em novelas, por isso vou falar um monte dela (hehe).
Um personagem, forte, de personalidade, de atitude, íntegra, que não ficava chorando pelos cantos. Acho que
além da Catarina de o Cravo e a Rosa, a Laura é uma das únicas protagonistas que realmente
gostei. Geralmente em novelas, é mais comum o telespectador torcer pela vilã
porque a mocinha é chata pra burro! Mas não com a Laura! Ela me lembra
muito alguma heroína da Jane Austen, sabe?! Decidida, inteligente, sempre
querendo fugir de convenções impostas pela sociedade.
Laura fez o curso normal, e dava aula na biblioteca como voluntária
para desespero da sua mãe, Constância (Patrícia Pillar). Ela tinha tudo pra aceitar ter uma vida “tranquila”, com tudo já
determinado, de uma família com nome, com um casamento muito vantajoso com Edgar Vieira (Thiago Fragoso),... mas
não, sempre quis estudar e trabalhar, ela se casa, e acha que com o casamento perdeu esse
direito, assim como o direito a leitura também, mas o maridão Edgar é quem mais a apoia para
ela fazer o que gosta. Mas quando se vê em meio de ciúmes e
desconfiança com o marido que teve uma filha quando eles eram noivos, decide se
separar.
Senador Laranjeiras: Laura Assunção.
Laura: VIEIRA!
Sempre dedicada ao magistério, adorava trabalhar como professora, com o divórcio, vai viver no interior, aí seis anos se passam, volta ao Rio de Janeiro e vai morar numa simples pensão, mas
quando seu divórcio virou público, não conseguia mais emprego como professora,
foi trabalhar de vendedora numa sapataria, mas foi demitida por culpa da
mãe, e acabou indo trabalhar como secretária do senador Laranjeiras, senador esse que
tentou abusar de Laura por ela ser divorciada, mas ela acabou sendo salva por
Isabel (Camila Pitanga) e Celinha (Isabela Garcia).
PS: Mais uma baita linda cena na novela, conseguiram ser
totalmente apropriados para o horário das 6, e mesmo assim mostrar o terror que
uma situação dessas causa. Show de interpretação de Marjorie Estiano, sem falar
de Camila Pitanga e Isabela Garcia. Ta aí o [ Vídeo da cena ] de quando Celina
e Isabel cuidam de Laura.
Laura decide escrever matérias para o jornal, com um pseudônimo
masculino, Paulo Lima, já que era inadmissível uma mulher jornalista, sem falar que nas
horas vagas tava sempre usando seu dom de detetive, nada passava despercebido
por ela, até mesmo quando descobre que Catarina sequestrou a própria filha para
tirar dinheiro de Edgar.
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Laura começa a novela como uma adolescente, leve, com dúvidas quanto ao casamento, mas decidida em outros aspectos e com caráter já formado, seis anos se passam e ela retorna mais adulta, amadurecida, mas com ar mais triste. Quando eu crescer, eu quero ser que nem a Laura... não, pera, gente! A Laura era um ano mais nova que eu! p*** que pariu Alana, tô atrasada na vida! :o
Eu apoio as atitudes de Laura. Teve muita
gente que reclamou por ela se divorciar de Edgar, que foi burra, burra?? O
pior é ler isso de mulheres. Gente, naquele momento Edgar simplesmente não considerou a opinião de Laura, queria que ela entendesse, e aceitasse uma vida de desconfiança, já que a mãe da sua filha ficaria rondando o casal. E Laura não era esse tipo de esposa que abaixava a cabeça para o marido e pronto. E pior ainda, Laura estava sofrendo com a perda do tão esperado filho, e quando chega em casa, tem que ficar vendo Edgar, Melissa e Catarina juntos?? Depois também reclamaram que Laura não voltou
correndo ao Edgar, mas gente, Laura tinha vivido seis anos sozinha, longe de
todos, conquistando independência, liberdade, ela sempre amou Edgar, mas ela
também amava a si mesmo, e não queria e não precisava de marido para apenas
ficar protegida numa sociedade machista. A cena do escândalo na Confeitaria
Colonial retrata bem isso, quando Gisele (esposa do senador que a atacou) a insulta,
Laura solta os cachorros umas boas verdades, diz que foi atacada por Laranjeiras e que não
precisa ser sustentada por marido, pena que o Edgar não a entendeu. > [
Vídeo da cena ]
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Sem contar as frases da Laura durante toda a novela, já vi algumas
vezes aí pela internet o povo postando frases da Laura, como “LISPECTOR,
Laurinha”, nada mais justo. ...e eu também a apoio a ideia da Globo lançar
“O Diário de Laura”. hehe
Laura: "Ignorância é a mãe de todos os medos."
Laura para Albertinho: "Se você quer ser pai, primeiro você tem que aprender a ser homem."
Laura para Albertinho: "Se algo te diz respeito, há um esforço
pra se compreender, mas quando não te diz respeito, não há compreensão nenhuma,
só julgamento!"
Laura para um editor machista: "Pode ficar com a sua revista. Eu
não gosto de receitas, eu nem cozinho, EU ESCREVO!"
Laura falando com Edgar sobre Guerra: "Tá tudo errado porque
apesar da gente sofrer as consequências do que acontece no nosso país Edgar, na
nossa cidade, nas nossas próprias vidas, a gente não tem o direito de opinar. A
gente não pode escolher, a gente não pode participar de nada, a gente não pode
Edgar! É isso que o Guerra tá me dizendo, que eu não posso!"
E se a Laura caiu no gosto do público, além do ótimo texto do personagem,
a Marjorie Estiano também é culpada pela simpatia do público pela personagem. Fiquei pensando que se fosse alguma outra atriz nesse papel, Laura poderia ser simplesmente uma gurizinha chata, metida e até mesmo insuportável, mas não, ainda bem que o papel foi de Marjorie. Ela batia de igual pra igual nas cenas de discussões de mãe e filha (que não
foram poucas) e que eram nada menos que com Patrícia Pillar. Teve suas
provações nesse papel em cenas como quando aborta, nas cenas emotivas e de conversas com
Camila Pitanga, nas românticas com Thiago Fragoso, e até mesmo na comédia com as cenas de ciúmes, sem falar na cena de tentativa de estupro, e quando
é internada num sanatório para não entregar a mãe por um crime, cenas com
olhares aterrorizados, mais discussão com Patricia Pillar, tentativa de fuga,
camisa de força... e um trabalho impecável!
Depois que iniciou em Malhação como a vilã Natasha, em novelas
Marjorie passou a só fazer mocinhas sofredoras, mas mesmo assim, se no geral as
personagens fossem parecidas (problemas familiares, traição, desilusões,...),
ela sempre consegue imprimir características únicas aos personagens, eu vejo a
Laura e não consigo ver a Manu (de A Vida da Gente), eu vejo a Manu e não vejo
nada de Maria Paula (Duas Caras) nela, vejo um pouco de Maria Paula em Laura
quando o assunto é ironia ou revolta, mas aí neh?! hehehe, e ainda teve as ótimas atuações como Marina em Páginas da Vida e Tonia em Caminho das Índias. E é incrível como Marjorie tem jeito com crianças em novelas!
Ela conseguiu transmitir aquele tom irônico que a Laura tinha,
decidido, justiceiro, sem contar que consegue emocionar só pelo olhar! Se a cena era de Isabel e Elias, a Marjorie tava lá no fundo da cena com os olhos brilhando e emocionando. Mas
Marjorie, pode continuar surpreendo nas novelas, e também fico feliz que agora com o fim de Lado
a Lado, vai voltar a lançar um disco em breve. Confesso que não me canso
de ouvir o “Flores, Amores e Blablablás”, ótimo disco, divertido! E gosto das músicas do primeiro cd dela pois me lembram meu tempo que via Malhação, sem preocupações, sem trabalho, antes de ter começado a faculdade... Ahhh, e parabéns a Marjorie, que faz aniversário no dia 08/03,
no dia em que o último capítulo de Lado a Lado foi ao ar, e no dia internacional
das mulheres, ela que sempre apresenta ótimos personagens femininos.
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E falando na história de Laurinha internada no sanatório, quando li no
resumo que isso ia acontecer chinguei um pouco, mais sofrimento para ela, se já
não bastasse o aborto espontâneo, divórcio, exclusão da sociedade, tentativa de
estupro, incêndio, atropelamento,... ainda assim, sua mãezinha decide internar
ela no sanatório após o atropelamento para que Laura não publicasse no jornal
uma matéria que acabaria a denunciando. Mas aí depois de ver as cenas, achei justo Laura ser internada para retratar o que muitas mulheres passaram
naqueles anos, pois muitas dessas mulheres eram internadas não por serem
loucas, mas por pensarem diferente, por quererem uma vida além da vida de
apenas servir ao marido, queriam trabalhar, estudar, somar a sociedade. Seus pais, maridos, irmãos acabavam as internando como se isso fosse doença, e
as mulheres eram simplesmente “esquecidas” nesses lugares. E o pior disso tudo,
é HISTÓRIA VERDADEIRA!! Um absurdo que ocorria!
E também isso foi ótimo, pois brindou o público com mais show de
roteiro, produção e interpretação na semana final da novela, destaque claro, para Marjorie e Patricia, e Thiago, desesperado sem notícias da esposa, e para
a participação de Flávia Tolledo, interpretando Judite.
- Constância diz a Laura que ela não sairá do sanatório > [ Vídeo da cena ].
- Edgar se revolta com o sumiço de Laura, enquanto ela vai para o isolamento na camisa de força. > [ Vídeo da cena ].
- Edgar tira Laura do sanatório > [ Vídeo da cena ].
É incrível como
essa trama te faz pensar, hoje em dia, nós mulheres temos mais espaço, direito
de escolha, dos direitos que já conseguimos, temos uma presidente mulher, mas como temos muito chão pela
frente ainda e preconceitos a serem vencidos. E até mesmo se eu teria coragem
para ser uma Laura ou Isabel, ou apenas viveria de acordo a sociedade...
Isabel
Então, a outra
protagonista, Isabel (Camila Pitanga) também é um exemplo de mulher a frente do
seu tempo. Filha de ex-escravos, vivia com o pai, Afonso (Milton Gonçalves) num
cortiço, e trabalhando desde os 14 anos. No dia do seu casamento, acredita que
foi abandonada pelo noivo Zé Maria (Lázaro Ramos) e acaba descobrindo que o
cortiço foi demolido, o que a leva a morar no Morro da Providência. Sempre
trabalhadora, trabalhava de empregada na casa da francesa Madame Besançon
(participação especial de Beatriz Segall), lá aprendeu a ler e também a falar
francês, guerreira, nunca baixou a cabeça para injustiças ou preconceito, tanto
por ser mulher, quanto por ser negra, orgulhosa de suas origens e sempre apaixonada pelo ritmo samba.
Achando que foi
abandonada no altar, se desilude e acaba se envolvendo com o janota Albertinho
(Rafael Cardoso), irmão de Laura, mas ele mente, diz que é de família pobre,
estudante, e chega até pedir Isabel em casamento. Isabel, além de tudo, sempre
foi muito impulsiva, e num momento de fraqueza, desiludida com o sumiço de Zé
Maria, acaba dormindo com Albertinho, e fica grávida.
PS: é até meio difícil
acreditar que uma mulher como “Camila Pitanga” se deixaria levar assim, mas foi
essa história um dos principais pontos de ligação de toda a novela.
Aí é mais
sofrimento e chororó na vida da moça, o pai acaba a renegando, a patroa a
demite, Zé Maria sai da prisão e acaba terminando com ela, dizendo que não
conseguiria criar o filho de outro homem, e Isabel acaba tendo abrigo na casa
de Laura e Edgar.
Como estava
grávida, Isabel não conseguia emprego em lugar nenhum, e a única pessoa que deu
uma chance a ela foi a atriz Diva (Maria Padilha), que a levou para trabalhar
como camareira no teatro. A única coisa que dava motivação na vida de Isabel
era o filho que estava pra nascer, e no dia do nascimento, Constância (Patrícia
Pillar), avó da criança, põe em prática o plano para roubar a criança e fazer
dela um “anjo”, só que ao segurar o menino “escurinho” (como ela chamava), o
amor de vó falou mais alto e ela acabou pagando uma ama de leite para criar a
criança. Isabel acredita que seu filho morreu, já que trocaram as crianças e
colocaram um natimorto no lugar, e quando conhece a dançarina francesa Mademoiselle Dorleac
(participação de Maria Fernanda Cândido), acaba decidindo ir pra Paris tentar
uma vida nova, e sem imaginar que quem tava pagando a viagem era Constância para
se livrar de vez da moça.
Isabel: "Olhar para o passado pode trazer desimportância para as coisas e pessoas que você conquistou".
Seis anos se
passam, Isabel, La Brésilienne, retorna ao Brasil, ryyyca, famosa e
linda, e dona do seu próprio destino. Compra a casa de sua antiga patroa e
chama Laura para viver com ela, já que Laura estava morando em uma pensão.
Isabel decide investir no local que mais ajudou ela quando estava precisando,
no Teatro Alheira, e acaba comprando a companhia. Como a companhia ia mal das
pernas, Mario (Paulo Betti) sugere que Isabel apresente seu espetáculo de samba
no Brasil, o que é um sucesso. Mas enquanto isso, seu pai continua sem falar
com ela, já que parou de ter contato quando ela decidiu ir a Paris, achando que ela estava se “vendendo” lá. Nesse tempo também, Isabel e Zé Maria
voltam a namorar, mas sempre com um Zé ciumento por perto. Uma das melhores
frases da novela na minha opinião, foi o que Isabel disse para Zé Maria, já que
ele não queria que ela apresentasse seu espetáculo:
Isabel: "você faz
parte da minha vida, você não manda nela, você nunca vai mandar."
Sem falar que Zé
Maria sempre tentava mandar na vida da moça, Isabel também tinha que aturar um
pai com pensamento machista (mas que era comum na época), que primeiro renega a filha quando ela engravida e que sempre acha que a filha só estará melhor e mais segura se finalmente
se casar com Zé Maria.
Isabel, sempre delicada: “Cobra se mata na paulada, Laura. Não é com desprezo, com desculpa
não. Gente ruim não pode ser tratada com fineza".
Aí depois de um
tempo, Tia Jurema (Zezeh Barbosa) joga búzios para Isabel e acaba vendo que o filho dela não morreu, Jurema acha que errou, Laura diz para Isabel não insistir que só
fará mal a ela, mas Isabel fica com a pulga atrás da orelha e começa a juntar
os pontos da história. E ganhamos mais uma ótima sequência na novela, Isabel
desesperada no Morro, juntando informações, indagando Zenaide, e a câmera num estilo documentário.
> [ Vídeo da cena ], sem falar da cena em que Isabel põe Constância contra a
parede, e sem querer, ela acaba confessando que roubou a criança > [ Vídeo 1 da cena ] e [ Vídeo 2 da cena ]. Baitas atuações de Camila, Patrícia, Marjorie e Milton. Ahh! E também quando Isabel se vinga de Zenaide (Ana Carbatti) e Berenice (Sheron Menezzes) por terem ajudado no roubo da criança e terem colocado pimenta na boca do filho > [ Vídeo da cena ]
A partir desse
momento, a Isabel que era um dos personagens que eu mais gostava na novela, se
torna uma das mais porres chatas, tudo bem, ela tinha razão para isso, o filho que ela
passou 6 anos chorando a sua morte estava vivo, mas ela passou a dar patadas em
todo mundo, principalmente na Laurinha, como falei no post anterior.
Isabel ainda tem que aturar o filho Elias (o fofo e talentoso Cauê Campos) não
querendo se relacionar com ela, pois sua falsa mãe Zenaide e tia Berenice
falavam que ela ia pro inferno, e querendo se relacionar com a avó Constância, a
moça bonita que dava doces a ele. Se fosse Isabel já dava um ultimato “Ou me respeita
ou vai voltar a viver no morro com Zenaide pra levar pimenta na boca”. rs
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Por mais que Isabel
tenha ficado “chatinha” quando descobriu o que fizeram com ela, assim como
Laura, foi um personagem tremendo, exemplo para uma sociedade, de língua
afiada, batalhadora. E assim como Marjorie Estiano teve baitas cenas como Laura,
com Camila Pitanga não seria diferente. Uma das cenas mais tristes e emocionantes da novela (se não a mais) foi quando a parteira troca o filho recém nascido de Isabel por um
falecido, fazendo Isabel acreditar (a mando de Constância), que seu filho
morreu, de arrepiar! Nesses dias a Camila foi no Mais Você e mostraram a cena,
Camila chorou só de ver a cena. > [ Vídeo da cena ].
Camila deu show nas cenas em que aparece dançando, seja na forma "humilde" na primeira fase quando dançava no carnaval ou no quintal da Tia Jurema, ou apresentando o espetáculo de samba que Isabel montou em Paris. Sem falar da
sequência em que Isabel começa a juntar os pontos e descobrir que seu filho que
ela achava que estava morto, na verdade está vivo. Ou quando ela finalmente
conta para Elias que é a sua mãe. > [ Vídeo da cena ]
Foi um presente pra
novela e para o público ter o personagem de Isabel interpretado divinamente por
Camila, tanto na primeira fase, quando Isabel, era jovem, simples, com sotaque
“fofinho”, ainda com uma certa ingenuidade, e depois na segunda fase, em que
Isabel se torna uma mulher (ainda mais) forte, decidida, mas mais moldada pelas
coisas difíceis que passou na vida.
Casais
Isabel e Zé Maria
Quanto ao outro
casal protagonista, Isabel e Zé Maria, vulgo Zébel, eu gostava deles no início da novela,
sabe, com aquela jovialidade, de enfrentar os preconceitos e não baixarem a
cabeça pra isso, eram divertidos, felizes, mas pena que isso durou muito pouco. Zé
Maria não apareceu no casamento porque estava defendendo o cortiço e acabou
sendo preso. Aí já começou tantos encontros e desencontros entre os dois. E a
história dos dois ficou muito mais mimimi que romântica.
Zé Maria: “A vida não foi cruel
comigo, Isabel. Você que foi.”
Isabel e Zé reatam
após ele sair da cadeia, mas aí ele descobre que ela tá grávida de outro,
terminam, ele se alista na marinha e fica lá por 6 anos, Isabel vai pra
Paris, aí eles voltam ao Brasil, se encontram novamente, reatam, terminam,
reatam... acho que foi assim... Na última vez que eles terminam foi por
Isabel não querer que Zé sofresse com a presença de Albertinho, já que ele
tinha assumido o filho e estava cada vez mais presente na vida deles. Pra
resumir a história, Isabel ajudou Zé Maria a legalizar a capoeira, Zé percebeu
que ela terminou por bondade a ele, Isabel, Zé Maria e Elias finalmente se tornam uma família, com Elias chamando Zé de pai e tudo (mas por que a Melissa não chamou a Laura de mãe? rs), e no último capítulo, Zebel finalmente se casam, tanto no
candomblé quanto na igreja católica. PS: achei lindo o vestido de noiva da Isabel, patchwork de rendas!!
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Mas como disse,
gostava deles no início, depois não sei, parece que perdeu a química, a
sintonia. Acho que principalmente o casal caiu no meu conceito por culpa de Zé
Maria, que tinha um pensamento não sei se o termo mais apropriado seria
machista, mas ele achava que podia tomar as rédeas do rumo da vida da Isabel,
principalmente quando não queria que ela dançasse, o que só depois ele veio a
dizer que eram apenas ciúmes, e também quando terminou com ela por ele estar
desempregado e ela dirigindo um teatro. Ele ficou de mimimi demais pra mim. rs
Foi uma pena no meu
ver o casal não ter engrenado, Camila e Lázaro são excelentes, mas não tiveram química nesses personagens. E eu também levo para o lado pessoal, pois
enquanto não tinha cena nenhuma de Laura e Edgar juntos (seja apenas para
vê-los discutindo) em vááários capítulos, João Ximenes Braga e Claudia Lage
insistiam em fazer uma chuvarada de cenas de Zé e Isabel, e de forçar para que
eles fossem o verdadeiro casal romântico da trama. Oi?
Diferente de Laura
e Edgar, entraram outras pessoas nessa história, Zé Maria se envolveu com
Berenice quando estava separado de Isabel numa das primeiras separações, e
depois namorou a médica Fátima (Juliana Knust), que se aproximou de Zé para fazer estudo sobre a capoeira, antes de reatar de vez com
Isabel. Já Isabel se envolveu com Albertinho, teve filho dele, e depois da
aproximação dele com o filho, tinha gente torcendo pela volta dos dois, pensava
assim quando Isabel voltou ao Rio e Albertinho se declarou para ela, bêbado,
queria que ele tomasse rumo na vida e ficasse com ela, e o que geraria mais embate de Isabel com Constância. Mas, mesmo achando que
Albertinho e Isabel tivessem mais “química”, depois analisando melhor, acho que
o mais acertado foi Isabel finalmente ter se acertado com Zé mesmo.
Cena: na primeira fase, Isabel e Zé Maria sambam felizes na véspera do casamento > [ Vídeo da cena ].
Cena: Se reconciliam de vez > [ Vídeo da cena ].
Os Protagonistas
Ah, referente a abertura da novela, achei injusto colocaram na primeira imagem o nome de Lázaro Ramos acima do nome de Camila Pitanga, e na segunda imagem, o nome de Thiago Fragoso acima do nome de Marjorie Estiano, deveria ser ao contrário, deveriam ser os nomes das mulheres em cima, na verdade, seria mais justo se fossem os nomes de Camila e Marjorie na primeira imagem, e de Lázaro e Thiago na segunda. Ou dos 4 juntos, mas os das mulheres em cima, já que foram as tramas das mulheres que fizeram a trama girar. rs
Zé Maria
Zé Maria (Lázaro Ramos) inicia a trama como barbeiro, e conhecido como Zé Navalha, sempre foi orgulhoso de suas origens, e se revoltava por ser tachado como criminoso simplesmente por jogar capoeira. Como
vários personagens nessa novela, Zé Maria foi um exemplo, de cidadão e
de homem. Não aceitava injustiças, não levava desaforo pra casa, e fazia
o que era possível pra deixar tudo na mais perfeita paz. Tão preocupado
com os outros, que no dia do casamento foi defender o cortiço que
morava que acabou sendo preso e deixou a noiva, Isabel, no altar. Ao conhecer Chico (César Mello), Zé Maria decide se alistar na Marinha, passa um bom tempo lá, depois ele retorna ao Brasil com status de herói da Revolta da Chibata, é expulso da marinha, e decide ajudar Guerra a colocar ordem financeiramente no jornal com tudo o que aprendeu na marinha. Gostava dele do início da trama, aquele jeito divertido, pra cima, até mesmo com um "que" de malandro, mas foi só
passar um pouco o tempo, que já não aguentava mais as cenas dele.
Os
autores utilizaram o personagem Zé Maria para passar por importantes
fatos históricos do Brasil, como a Revolta da Vacina, e principalmente a Revolta das Chibatas, e por
outros importantes acontecimentos cariocas e brasileiros. Isso foi interessante, mas o problema foi a insistência em tornar o Zé Maria herói em tudo!! Seja na Revolta
da Vacina, Revolta da Chibata, seja sendo o melhor capoeira, denunciando político corrupto, salvando Tia
Jurema de ser presa, salvando Laura e Melissa do incêndio, salvando o jornal do
Guerra da falência, e mais um monte de coisa. Pra fechar, é chamado por Edgar para ser o administrador da Tecelagem.
Assim como aconteceu a Laura com Melissa, Zé Maria acabou se aproximando de Elias sem saber que a criança era filho de Isabel, e acabou criando um vínculo com o menino, mas diferente de Laura, ele sentia muito mais dificuldade em conviver com o menino após descobrir que Elias é filho de Isabel, por mais que ele gostasse do menino, ele olhava pra criança e via Albertinho.
Aí por essa insistência dos autores em deixar sempre Zé Maria como herói, e ele sempre
querendo dar lição de moral em todo mundo, e também amargurado com o vai e vem no romance com Isabel, o Zé passou a se tornar um personagem chato, ficou meio Zzzzzé.
Mas não dá pra negar que foi um excelente personagem bem interpretado por Lázaro, que deu show nas cenas de capoeira, e principalmente nas cenas da Revolta da Chibata, em que Zé Maria leva chibatadas. Liderada por João Cândido, a revolta buscava o fim da prática do açoite em navios brasileiros, e pedia condições dignas de trabalho aos marujos, na novela, os personagens Zé Maria e Chico participaram do fato. Gravações realizadas num navio, o fato rendeu ótimas cenas, como a que Zé Maria leva chibatadas no navio > [ Vídeo da cena ] e Zé Maria e Chico enfrentam Capitão Gomes e iniciam a revolta [ Vídeo da cena ].
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Edgar
Bom, quanto ao outro protagonista, se Laura foi
uma mulher a frente do seu tempo, seu par romântico também deveria ser assim
neh?! E o Edgar (Thiago Fragoso) também foi um homem a frente do seu tempo,
apesar dos pesares.
Filho de um senador
da república, ficou noivo de Laura e foi estudar Direito em Portugal, ficando
fora por 4 anos, quando voltou, já (achava que) não gostava mais da noiva e não
queria se casar, mas mesmo assim se casou. Em Portugal, começou a fazer o que
mais gostava, que era fazer matérias como jornalista. Aqui no Brasil, teria a
função de gerir os negócios do pai, Bonifácio Vieira (Cassio Gabus Mendes) na tecelagem, função que ele nunca gostou.
Depois de brigar com o pai que foi pego em escândalos de corrupção, decide
trabalhar apenas como advogado. Mas sempre manteve uma relação de confidência
com a mãe, Margarida (Bia Seidl).
No início do
casamento, já percebe que a esposa é diferente das mulheres da época, com um
pensamento avançado, preocupada com a sociedade e indignada com as injustiças
sociais, fato que ajudou a aproximar os dois, já que ele também era assim.
“tilindos!!”... aí Edgar se mostrou um romântico, sempre apoiando Laura nas
suas decisões, surpreendendo ela para que voltasse a dar aulas, ajudando Isabel
na gravidez,...
Edgar sempre foi
preocupado com o mundo a sua volta, e fazia o que podia para ir contras as
injustiças, até mesmo ajudar Guerra (Emílio de Mello) a publicar matérias
contra o pai, chegou até a ser preso por isso.
Maaas, apesar de
ter um pensamento progressista, em outros pontos ainda tinha um pensamento
“retrógrado”, como o fato de querer que Laura simplesmente aceitasse o fato
dele ter tido uma filha enquanto eram noivos, que aceitasse a menina (para
Laura esse não era o problema) e aceitasse a presença da mãe da menina,
Catarina, ou quando disse a Laura que se fosse Zé Maria, também não aceitaria o
fato de Isabel ter um filho de outro homem. Pensamentos masculinos comuns da
época. Não gostei também do fato de Edgar praticamente nem "sentir" a perda do filho de Laura na gravidez, queria ter visto ele sofrendo mais com isso, ou que alguém contasse a ele o que ela sofreu nesse período.
Após seis anos,
ainda separado de Laura, se torna um advogado de renome no Rio de Janeiro, mas
um homem solitário (que dó), preocupado apenas com a filha, aliás, um pai super dedicado. Decide começar a
escrever matérias para o jornal de Guerra, e assinar como Antonio Ferreira,
começando a ter respaldo, como quando escreve matéria como a da Revolta da Chibatas.
E sim, mesmo tendo uns vacilos com Laura em certos aspectos, Edgar se superava, e muito mais, em outros quesitos. Ele é aquele tipo que toda mulher quer ter como marido (me inclua aqui também), atencioso, romântico, dedicado, divertido, bonito, inteligente,... aiaiai. Sempre ali, apoiando Laura, preocupado com ela, dando porrada no senador que tentou abusar dela, trazendo alecrim, levando cházinho pra Laura enquanto ela trabalha... E pra fechar as surpresas de Edgar a Laura, no último capítulo, Edgar entrega a ela o prêmio que ele ganhou de jornalista do ano, na verdade o prêmio inicialmente seria de Paulo Lima, mas como descobriram que Paulo era uma mulher, decidiram entregar o prêmio a Antonio Ferreira, mas na premiação, Edgar chama Laura na frente de todos e entrega o prêmio a ela. "tilindo". Ao final da trama, Edgar segue na carreira de advogado, e também na de jornalista.
Como viveu na
Europa e era filho de uma família rica, Edgar tinha que passar um ar mais de gentleman,
e Thiago Fragoso conseguiu fazer isso naturalmente, mesmo trocando os cachos pela escova hehe. E o melhor nesse papel de
Edgar, foi ver um Thiago Fragoso recuperado depois do grave acidente que sofreu no
início de 2012 ao fazer a peça Xanadu, em que caiu de uma altura de 5 metros. Confesso que fiquei receosa quando vi as cenas dele
jogando futebol na novela, “será que ele já tá bem pra fazer isso?” ou até
mesmo numa das últimas cenas quando pega Laura no colo para retirá-la do
sanatório.
Na minha opinião, Thiago começou meio "frio" no papel, mas a medida que seu personagem foi aparecendo mais, contracenando com Marjorie, foi melhorando, e transformou Edgar num excelente personagem. Era ótimo vê-lo em cenas de discussão com Cassio Gabus, Caio Blat, Alessandra Negrini, e também nas cenas paternas com Eliz David, e claro, nas românticas e também divertidas cenas de ciúmes com Marjorie.
Cena: Edgar vai ao Forte e descobre marinheiros mortos > [ Vídeo da cena ]
Cena em que Edgar chega na casa de Fernando para buscar Melissa após o "sequestro" e "atropela" Fernando > [ Vídeo da cena ].
Baronesa!
Gente! E o que falar da Baronesa Constância??!! Que personagem estupendo!
E claro, só uma Patrícia Pillar para dar vida a personagem como ela merece! Casada
com o Doutor Alberto Assunção (Werner Schünemann), ex
Baronesa da Boa Vista, perdeu o título com o fim da monarquia, assim como a família
perdeu inúmeras posses com o fim da escravidão, fazendo com que a maior
esperança dela fosse o casamento da filha Laurinha com Edgar, o filho do
senador Bonifácio Vieira. Se dizendo apaixonada pela família, pisa em cima de
qualquer um para o melhor deles, mas nesse caso, melhor pra ela mesmo.
Justificava todas as suas maldades em nome da família. Traiu o marido
justamente para fazer com que ele conseguisse uma posição política na
República, o que futuramente fez com que ele virasse senador, tornando a ex
baronesa, uma esposa de senador.
Constância pra Berenice: "Você sabe como se mata um piolho? Deve saber, morando na
pocilga onde vive. Pois eu esmago você com a mesma rapidez e indiferença."
Constância pra Umberto: "Não se valorize tanto, você não passa de um afago
para me distrair das decepções do dia a dia."
Sempre teve em rédeas curtas o filho Albertinho (Rafael Cardoso),
típico filhinho de mamãe, protegido, mimado, e ele fazia tudo o que ela
mandava. Já com Laura não, Laura sempre bateu de frente com a mãe, desde
questões “simples”, como o fato de poder escrever em seu diário, como assuntos
sérios como o preconceito racial e corrupção, e que foi um dos principais
relacionamentos na novela, mãe e filha que não se entendiam. E era justamente com Laura, em que ela acabava tendo momentos de fraqueza e se entregava. Ah, mas não podemos esquecer que foi Constância quem mais incentivou o casal Laura e Edgar, desde mandar poemas a Edgar como se fosse Laura, dar conselhos para que Laura finalmente dormisse com Edgar, fazer com que Edgar percebesse que deixar Laura com ciúmes não levaria a nada...
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Extremamente racista, não aceitava do fim da monarquia e da
escravidão, pra ela, negros e brancos não poderiam conviver juntos, o que gerou um baita embate com Isabel, já que a morena acabou tendo um filho de seu filho e virou a melhor amiga da filha.
Constância acreditava em tudo que fazia, para ela era o certo, como roubar o filho de Isabel e fazer que ele morreu, para que a sociedade não soubesse que ela tinha um neto mulatinho, renegou a filha divorciada, criou uma farsa com o divórcio de Laura, fazendo com que todos acreditassem que ela estivesse doente, já que para ela era melhor ter uma filha doente do que divorciada. Se envolveu em um caso com Umberto (Klebber Toledo), amigo do seu filho. Amava o neto Elias (Cauê Campos), mas não tinha coragem de assumi-lo publicamente, e o menino só consegue perceber o preconceito da avó quando ela destrata seu "irmão" Olavo. E ainda, numa discussão com Laura em que a filha é atropelada, acaba internando ela num sanatório. No final da novela acabou tendo um final "sofredor", o filho Albertinho flagra a mãe com seu amigo Umberto e finalmente decide sair debaixo da saia dela; ela pede ajuda a Laura, que literalmente vira as costas pra mãe, depois de ter sido internada no sanatório; o boymagia dela, Umberto, volta a viver no sul e a deixa sozinha; o marido Assunção que foi corneado a novela inteira (tipo o Tufão do início do século), acaba descobrindo as suas traições, se vinga alá Nina com Carminha "agora sirva", obrigando Constância a se vestir de empregada, e a manda para ficar sozinha numa fazenda da família, sem glamour nenhum.
Aqui tenho que abrir parenteses para essas cenas finais de Constância:
- Albertinho flagra Constância com Umberto > [ Vídeo da cena ]. Rafael Cardoso provou que não é só mais um rostinho bonito na tv, show de interpretação dele e de Patrícia, até desconsidero o fato que Rafael errou uma fala nessa cena...
- Isabel bate em Constância > [ Vídeo da cena ], depois de tudo o que Constância fez com Isabel, até que isso foi pouco. É redundante falar isso, mas Patrícia e Camila Pitanga fizeram mais uma excelente cena.
- Laura vira as costas para Constância > [ Vídeo da cena ], como praticamente em todas as cenas, Patrícia e Marjorie deram show e emocionaram, um ponto final tocante nessa relação de mãe e filha.
Último diálogo de Laura e Constância:
Constância: "É tão horrível assim olhar pra sua mãe?"
Laura: "É!"
Laura: "Olha
pra mim, mãe. Fui eu que perdi?... Eu olho pra senhora e não vejo nada
com que eu possa me identificar. Nada! Agora me responde, valeu a pena?"
- Constância é tratada como empregada por Assunção > [ Vídeo da cena ]. Ainda bem que pelo menos no último capítulo lembraram que tinham o ótimo Werner Schünemann na novela, já que Assunção armou todo um plano pra desmascarar a esposa e de quebra, Catarina.
Patrícia Pillar já provou que sabe fazer uma ótima vilã com a Flora,
em A Favorita, aí ela aparece como uma vilã totalmente diferente, única. Apesar de todas as maldades e crueldades que Constância fazia e dizia, não sei se o termo
certo para esse personagem é vilã, mas é o que chega mais próximo, a personagem
caiu no gosto do público.
Patrícia demonstra de forma única toda a arrogância e desprezo que a
Constância tinha pelos “inferiores”. É aquela típica vilã que é tão bem
interpretada, com roteiro tão bem elaborado, que consegue gerar raiva e
simpatia do público ao mesmo tempo, assim como Patrícia fez com o personagem
Flora em A Favorita, ou como Adriana Esteves fez como Carminha em Avenida
Brasil ou como Claudia Abreu fez com Laura Prudente da Costa (lembrei de uma
comunidade do Orkut – kkkk – Laura Prudente da Costa, reinará eternamente em
nossos corações e voltará para puxar o pé da vagabunda kkkkkk).
Patrícia deu show a novela inteira, mas não dá pra falar que Patrícia roubou as cenas em Lado a Lado porque ela tinha um time pra manter as interpretações a altura do talento dela. Seja nas cenas de discussões de mãe e filha com Marjorie Estiano, nas brigas com Camila Pitanga, nos embates com Alessandra Negrini, nas cenas com as irmãs na novela, Isabela
Garcia e Christiana Guinle, com Rafael Cardoso, Werner Schünemann,... mas confesso que deu um pouco de pena de Klebber Toledo nas cenas com Patrícia, não tem muita experiência ainda, e aí com Patrícia dando show, ele não conseguia manter o mesmo nível. E nada mais justo para a novela ter o rosto de Patrícia como o destaque final no encerramento da novela. O site da novela publicou esse vídeo com algumas das ótimas pérolas de Constância.
Invejosos
Um dos pontos interessantes no roteiro foi o fato dos casais protagonistas não terem
uma terceira pessoa que queriam separar eles a todo custo, aqueles típicos vilões de novelas, claro que inicialmente Isabel e Zé Maria tinham a Berenice (Sheron Menezzes) querendo separá-los, mas
depois foi visto que não era pra ficar com Zé Maria, era pelo ciúmes que ela
tinha de Isabel, por Isabel saber ler, falar francês, por poder comprar uma
roupa melhorzinha que a dela, e depois, por Isabel voltar rica e famosa de
Paris. Sheron Menezzes fez uma ótima Berenice, pena que a personagem ficou meio esquecida mais para o meio da trama, e depois de ter sido esculachada por Caniço, no final, Berenice acaba sofrendo da própria inveja, quando berra aos ventos para a irmã que vai vender as jóias que ganhou de Bonifácio e iria para Paris, mas acaba caindo do morro, e morrendo. :o
Inveja também era o que movia Caniço (Marcello Melo Jr.) contra Zé Maria, já que ele era
sempre o mais admirado no morro, na capoeira e onde quer que fosse. Caniço trabalhava de mascate, mas roubava produtos para vender, e também roubava seus clientes no momento da compra. Prestava serviços criminosos a Bonifácio, Fernando e Catarina pra tentar conseguir mais dinheiro para sustentar Berenice. Quanto ao Marcello Melo, não reclamaria se tivesse mais cenas dele não... se é que me entendem, principalmente porque na maioria das cenas ele aparecia de camisa aberta, ou sem camisa...
Inicialmente também parecia que Catarina (Alessandra Negrini) queria separar Laura e Edgar
pra ficar com Edgar, montando intrigas, escondendo cartas, fazendo Edgar dormir na casa dela, mas no fundo mesmo, ela só queria garantir o dinheiro que tirava dele
através de Melissa, e também sentia inveja de Laura, querendo destruir a vida da professora. Catarina era uma cantora lírica que vivia em Portugal e teve que morar no Brasil para acompanhar a filha Melissa que teve com Edgar, que tem problemas de saúde e o clima tropical faria melhor a menina. Sempre tratou mal Melissa pelo fato dela ter interrompido a sua carreira, e no Brasil, até volta a se apresentar, mas nunca mais conseguiu o mesmo sucesso. Se envolve com o irmão de Edgar, Fernando, e contrata Caniço para incendiar a escola de Laura, e arma o sequestro da própria filha para tirar dinheiro de Edgar, depois que Edgar decide levar a menina para viver com ele. No final da novela, acaba caindo na armação de Assunção e sendo presa. Não sei se foi o personagem ou se foi a atuação de Alessandra Negrini, mas teve algo que não me caiu bem nisso tudo, faltou naturalidade. E as cenas em que Catarina aparece cantando também ficaram muito falsas. Mas era um personagem que poderia ter sido mais usado na trama.
Mais um invejoso nessa história toda, Fernando (um excelente Caio Blat), janota, preconceituoso, que só queria se divertir, jogar futebol e não tinha vocação para trabalhar na fábrica do pai. Fernando sempre sentiu que o pai Bonifácio (Cássio Gabus Mendes, também excelente) admirava muito mais o irmão Edgar do que ele, o que fez sempre ter ódio do irmão. E isso tinha uma explicação que Fernando descobriu e o tornou ainda mais rancoroso, Fernando era filho de Bonifácio com uma negra que ele se envolveu enquanto trabalhava num açougue. Mesmo sendo tratado como filho legítimo por Margarida (Bia
Seidl, ótima, pena que aparecia pouco), não pensou duas vezes em se unir a Catarina pra se vingar do pai, roubar a fábrica e virar acionista majoritário da fábrica. Mas Fernando era fedelhinho e Edgar conseguiu descobrir o plano e recuperou as ações para os pais. Pra tentar prejudicar Edgar, Fernando dá em cima de Laura, só que Laura esculacha o rapaz de um jeito que até eu fiquei com pena dele, aí Fernando acha que vai atingir Edgar se envolvendo com Catarina, mas com essa Edgar nem se importava. Fernando até que teve um final "bonzinho", Edgar deu dinheiro para ele e Catarina para que sumissem do Brasil depois do sequestro de Melissa. Mas eu só queria que Laura tivesse contado a Edgar que Fernando tentou se aproximar dela pra ver Edgar dando uns socos nele...
Ahhh, adorei a cena em que Laura descobre que Catarina desviava as cartas que Edgar iria mandar a ela, e dá um tapa em Catarina e Fernando se mete e acaba apanhando de Laura também. hauahuaa
Relações
A novela também teve ótimos relacionamentos, não somente dos casais românticos, como também familiares, quanto de amizades.
Laura por exemplo, além da amizade com Isabel, tinha em Sandra (Priscila Sol) outra confidente, as duas estudaram juntas no Curso Normal e desde lá tinham o sonho de abrirem uma escola juntas. Foi para Laura que Sandra contou seu maior segredo, que teve um filho com seu antigo patrão e que não queria se casar com Teodoro (Daniel Dalcin) para não mentir para ele sobre essa história. Sandra teve em sua mãe Teresa (Susana Ribeiro), a maior ajuda que poderia imaginar, quando descobriu a gravidez da filha, Teresa foi quem disse que estava grávida e precisava ficar um tempo longe da cidade, já que seria uma gravidez de risco, mas era para esconder a gravidez de Sandra, elas voltam juntas com Angelo já nascido, e tem que esconder de Praxedes (Guilherme Piva) e Dona Eulália (Débora Duarte) quem é a verdadeira mãe do bebê.
Laura também teve uma ótima relação com a sua tia solteirona Celinha (Isabela Garcia) e sua prima Alice (Juliane Araújo), a quem sempre a incentivou para pensar por vontade própria e sair das garras da mãe dela, Carlota (Christiana Guinle).
Já que Alice não conseguia ter uma relação aberta com a mãe, era com a sua tia Celinha que ela conseguia dizer o que pensava, e ter ajuda para viver seu romance com Jonas (George Sauma).
O relacionamento de Laura com o irmão Albertinho (Rafael Cardoso) era de amizade, mas era também muito de Laura tentando fazer o irmão crescer, virar homem.
Era Jurema (Zezeh Barbosa) que Isabel sempre procurava quando tinha um problema, Jurema era como uma mãe para ela.
Zé Maria tinha em Chico (César Mello) seu grande ouvinte, o cara ouviu tanto que Chico mais na reta final da novela pegou um pouco a chatice do Zé. rs
Já Edgar sempre que queria falar de Laura e seus desencontros com ela, corria para o jornal para falar com Guerra (Emílio de Mello).
O relacionamento das irmãs Constância, Carlota e Celinha que era o problemático, apenas se aturavam. Carlota morria de inveja de Constância, mas era a principal confidente dela, viviam soltando farpas uma a outra. E Celinha, a mais querida das três era a que mais sofria, já que era a solteirona e atrapalhada.
Personagens queridos
Tia
Jurema (Zezeh Barbosa, ótima) foi mais um excelente personagem dentro dessa
história toda, sempre prestativa, é como se fosse uma mãe para Isabel. Era tipo
uma líder no Morro da Providência, conseguiu guardar dinheiro lavando roupa e
vendendo acarajé, e é por isso que tem a maior casa no morro, onde o povo
sempre se juntava no seu quintal para dançar samba, lutar capoeira e comer. Tia
Jurema é aquele tipo de pessoa que todos procuravam quando precisavam desabafar
e ouvir palavras de incentivo. O personagem também foi utilizado para retratar
mais um tipo de preconceito (da época e também atual, infelizmente), que os adeptos do
Candomblé sofriam. Tia Jurema chegou a ser presa (a mando de Constância) por
jogar búzios e ser adepta ao candomblé, o que era considerado uma prática
ilegal, mas a população, tanto do morro quanto da cidade, se uniu na frente da
delegacia, fez vigília, rezou, e até mesmo o padre Olegário e a católica Dona
Eulália (Débora Duarte) foram a favor de Tia Jurema. Mas confesso que achava que ela ia terminar a novela se envolvendo com Afonso (Milton Gonçalves), pai de Isabel, sei que seria clichê, mas era o que eu achava.
Jurema:
"O seu Deus e o meu Oxalá se entendem muito bem, eu garanto!”
Adorava também a Celinha
(Isabela Garcia, divertidíssima), irmã de Constância e Carlota, era solteirona
e vivia com Carlota e a sobrinha Alice. Ela sempre admirou a coragem da sobrinha Laura, e
por isso, começou a tentar ser mais moderna. Encontra por casualidade Guerra
(Emílio de Mello) na primeira fase, mas Constância acaba usando a irmã para
tirar vantagem no jornal, e o jornalista acaba achando que quem era
aproveitadora era própria Celinha. Só voltam a se encontrar na segunda fase,
esse mal entendido é resolvido, começam a namorar e o problema aí era fazer o
solteirão convicto Guerra se casar. Pelo menos esse casal teve um fim bem
resolvido, não ficou para a correria da semana final da novela, Guerra e Celinha se casam
em uma cerimônia simples, Celinha até desmaia porque exagerou no espartilho e
acaba se casando de batina, e acabam ganhando uma festa surpresa de casamento
de Laura, Edgar e Isabel. E tivemos tempo de ver Celinha na vida de casada,
cuidando do marido, do tipo, arrumar o botão da camisa dele, tirando de uma
camisa e colocando na outra, e até dando bronca quando ele não queria publicar matérias de Laura. Terminaram a novela com Guerra dizendo que queria adotar uma criança com ela.
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Isabela Garcia acertou em cheio, foi ótima,
divertiu muito, sempre derrubando algo, se prendendo na porta, caindo... até
mesmo numa cena seríssima como a da tentativa de estupro de Laura, deram um
jeito de mostrar Celinha se atrapalhando.
Olavo para Celinha:
"Você é gente grande mas parece criança."
E o elenco mirim dessa novela?? Que crianças mais fofas e talentosas! Meu destaque vai para a talentosa menina Ana Luiza Abreu, que viveu Madá, que morava no Morro, esperta, de língua afiada, e sempre querendo aprender, mas seu pai, Percival (Rui Ricardo Diaz), não a deixava estudar, já que para ele o filho Tião (Zeca Gurgel) deveria trabalhar e a menina ficar em casa ajudando a mãe, Etelvina (Laís Vieira). Mas depois da insistência de Laura, Sandra e Etelvina, finalmente ele decide deixar a menina estudar, e numa cena teoricamente simples, acabou sendo pra mim uma das mais lindas e tocantes da novela, sério! Primeiro, porque juntou três dos meus personagens favoritos (Laura, Jurema e Madá), segundo pela conversa de Laura com Madá, Madá perguntando se ela também seria internada num sanatório por pensar diferente e Laura incentivando a menina a ser o que ela quiser, e terceiro, por finalmente Percival permitir que a menina estudasse, e Tia Jurema e Seu Afonso também pedindo pra estudar na escola. A soma das emoções dos próprios atores com o fim da novela deve ter ajudado, e fez com que a emoção da cena fosse ainda mais linda. > [ Vídeo da cena ].
E também teve Eliz David, como a “abelinha” Melissa, filha de Edgar, uma criança asmática, que sentia falta do carinho mais “direto” da mãe, já que Catarina meio que a culpava por Melissa ter “estragado” a sua carreira pois teve que se mudar ao Brasil quando ela era pequena. Então Melissa, acabou se aproximando e gostando de Laura, sem saber que na verdade ela era o grande amor da vida do pai dela. Adorava as cenas das duas. Ah, e sem contar que Melissa foi muito bem nas cenas em que tinha que ter ataque de asma.
Cauê Campos como Elias também foi outro ótimo achado da novela. Elias cresceu no morro, achando que era filho de Zenaide (Ana Carbatti), e nunca tinha a atenção que a mãe dava para os outros “irmãos”. Esperto, gostava de jogar capoeira e gostava ainda mais de jogar futebol. Só comecei a achar o menino chato quando ele relutava em se aproximar de Isabel e ficava de mimimi querendo conhecer a moça bonita dos doces, acho que comentei aqui que a Isabel deveria devolver ele a Zenaide pra voltar a levar pimenta na boca?? hehe. Cauê convenceu nas cenas em que descobre que Isabel é a sua mãe e teve dificuldade em aceitar isso. Fez uma ótima parceria nas cenas com Lázaro, e nas cenas com Rafael Cardoso, em que começam a tentar ter um laço de pai e filho.
E também teve os ótimos meninos Jorge Amorim como Olavo, o “irmão” mais próximo de Elias, o que mais cuidava e dava atenção a ele na casa de Zenaide, Marcio Rangel como o aprendiz de bandido Vilmar e Zeca Gurgel como Tião.
Escola
Um dos pontos que
achei mais bacana nessa história toda, que na verdade até que demorou pra
acontecer, foi a criação da escola de Laura. Laura, bem no início do casamento
com Edgar, disse a ele que seu sonho era ter sua própria escola. Aí, depois de anos, numa
conversa dela com Sandra (Priscila Sol), que tinha esse sonho de abrir uma
escola com Laura, comentam sobre isso com Isabel, que decide bancar a
escola, Isabel entraria com o dinheiro e elas com o ensino, e pra melhorar,
decidem abrir a escola no Morro da Providência, para dar educação as crianças
que jamais pensaram em estudar. E até Edgar acaba ajudando, depois de escutar
sem querer que Isabel estava passando com problemas financeiros com a escola,
Edgar pede pra entrar como sócio sem que Laura soubesse, já que eles estavam
separados. (ai que fofo! rs)
Edgar: "Deixa
eu participar dessa escola? É uma maneira de voltar a fazer parte da vida da
Laura, ela não precisa saber, não diz nada, eu só quero que o sonho dela se
realize."
A escola passa por
um incêndio criminoso a mando de Catarina, e Laura e Melissa estavam dentro da
escola, (ps: novamente, mais uma ótima cena), a escola é reerguida, inaugurada,
e com toda a criançada doida pra aprender a ler. Achei tão singelo tudo isso.
Núcleo do Teatro
O núcleo do Teatro Alheira foi um pouco zzzz pela história dos
personagens, mas achei muito válido mostrar isso numa novela, não lembro de
novela alguma falar sobre o teatro brasileiro. A personagem da Camila Pitanga,
dona do teatro, decide montar a peça de Mário (Paulo Betti), um texto
totalmente brasileiro, o que não era muito comum na época. O núcleo girava em torno das discussões de Diva Celeste (Maria Padilha), e Neusinha (Maria Clara Gueiros (que faz o mesmo papel de sempre) tentando ser o destaque da companhia, e também com a entrada de Luciano (André Arteche), filho de Diva, que movimentou o núcleo para saber quem era seu pai, Mário ou Frederico (Tuca Andrade). O elenco desse
núcleo também esteve ótimo, e o destaque vai para Álamo Facó, revelação, com o divertido
Quequé (“que que é??”). Destaque também para a participação de Rogéria como mãe de Diva.
Mario: "Desisti de compreender o comportamento do público, nem
sempre a popularidade e a qualidade andam juntas."
Diva: "O Luciano é inocente como um padre".
Mário: "Diva, Diva, por favor, essa pode não ser uma boa
comparação."
Final
Minha maior reclamação vai para o final da novela, que eu odiei, não o
desfecho dos personagens, mas sim a forma como tudo aconteceu, rápido demais,
jogado, corrido, mesmo que o último capítulo tenha sido excelente! Uma pena para uma novela que tinha um roteiro tão bom, no
final deixaram a desejar. Deveriam
ter tirado algumas cenas repetitivas antes, e desenvolvido melhor os finais dos
personagens, ter começado os desfechos uma semana antes, ou bem mais. O último capítulo foi basicamente a Constância tentando descobrir quem era a pessoa que sabia dos seus segredos e que estava a torturando. Vamos então comentar os finais dos personagens:
Gostava da história do casal Alice (Juliane Araújo, em sua primeira novela na Globo, mostrou que é uma ótima promessa) e Jonas (George Sauma), como eles
lutaram contra a mãe autoritária dela, Carlota (Christiana Guingle, numa atuação
excelente) para que a moça rica pudesse ficar com o moço jornalista
trabalhador. Foi um casal simples, mas como uma história singela, e que deve
ter acontecido muito naquela época. Pena que fecharam a história deles numa
cena de casamento de no máximo 2 minutos. E a Carlota, que fim que deu??
Simplesmente depois que desmaiou na igreja vendo a filha casada, não apareceu
mais, nem a Constância foi pedir ajuda da irmã no último capítulo.
No início não gostava muito da historia do núcleo da Sandra (Priscila Sol), com seus
pais Teresa (Susana Ribeiro) e Delegado Praxedes (Guilherme Piva) e sua avó bisbilhoteira Eulália (Débora Duarte, hilária). O núcleo
começou a melhorar na segunda fase, quando Sandra teve um filho com seu antigo
patrão que a seduziu e a enganou, dizendo que iria casar com ela, mas para
proteger a moça, ela e sua mãe criaram uma farsa dizendo que o filho era da
mãe. Então entra na história, Teodoro, o janotinha mais certinho, amigo de
Albertinho e Fernando, que acaba se apaixonando por Sandra, mas ela se segura
para não se envolver com ele, já que não queria mentir para ele. Aí teve toda a história de Sandra gostar de Teodoro, mas não querer dar uma chance a ele para não machucá-lo, então ela acaba contando que não é mais virgem, ele aceita, se casam, mas ela não consegue contar que Angelo é na verdade seu filho. Enquanto isso Praxedes, continua todo felizão com o "filho" varão, mas Dona Eulália sempre suspeitou que tinha algo estranho nisso tudo, já que Sandra dava muito mais atenção ao bebê que Teresa. Esse núcleo deu certo, boas atuações, Sandra e Teodoro foram um casal que caiu no gosto do público e tinha química, o drama de Sandra de não poder assumir o filho para se proteger foi ótimo, e os embates entre a sogra Eulália e a nora Teresa divertiram. Pena que o final dessa história toda foi mais rápido que pitstop de Fórmula 1, deu aquela sensação de "ãã?? mas só isso?", Sandra acaba confessando para Teodoro que Angelo é seu filho, e aí logo em seguida ele já aceita a situação, mas acha que o melhor é deixar tudo como está, que Angelo continue como sendo filho de Praxedes e Teresa para não manchar a reputação da esposa. Eu achava que Sandra iria acabar assumindo o filho... e coitado do Praxedes, ficou sendo o único acreditando que Angelo é seu filho, numa cena simbólica de 15seg quando Teodoro e Sandra se despedem dos pais dela para viver na própria casa. Poderiam ter dado mais espaço para esse núcleo no final neh.
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Se o final dos casais protagonistas já estava definido, uma das grandes dúvidas que ficou para o final era com quem Albertinho (Rafael Cardoso) ficaria. Ele que se envolveu com Isabel no início da história e com quem teve Elias. Confesso que cheguei a torcer por um final Albertinho e Isabel. Depois é forçado pela mãe Constância a namorar a rica Esther (estreia da modelo Rhaisa Batista em novelas), com quem fica noivo. E enquanto estava noivo, se apaixonou pela simples e trabalhadora Gilda (Jurema Reis), do Bar Guimarães. Janota, filhinho da mamãe, sem vocação para trabalhar, só queria saber de futebol e mulheres, foi mandado pelos pais para uma escola de oficiais pra ver se tomava rumo na vida, mas não adiantou. Quando descobriu da falsa morte do filho Elias, ficou até que aliviado. Mas um dia Elias entra escondido no clube onde Albertinho jogava futebol e é expulso por ele, e acaba descobrindo o que é preconceito pelo próprio pai, o que dificultou a aproximação de pai e filho quando a verdade veio a tona. Só quando descobre o caso da mãe com um dos seus melhores amigos, Umberto, decide finalmente tomar rumo na própria vida e finalmente virar homem, termina o noivado com Esther, vai trabalhar no Bar Guimarães e acaba ficando sozinho, mas começando a ter um ótimo relacionamento com o filho Elias, o que foi um bom final para esse personagem. Só ficou meio forçado Albertinho e Zé Maria se aceitarem tão tranquilamente no final da novela, já que Zé se casaria com Isabel, e Albertinho estaria sempre por perto para conviver com o filho.
Confesso que sempre tive um pé atrás com a atuação de Rafael Cardoso desde A Vida da Gente, mas a medida que ele vai aparecendo mais em tela, dá pra ver que ele vem melhorando, foram ótimas as cenas dele pedindo desculpas a Elias e Chico, e também cortando relações com Constância.
Albertinho virando gente grande, terminando com Esther: “Humilhante seria se casar com um homem que não te ama só pra ser chamada de senhora. Volta pra São Paulo, refaz a sua vida. Por amor, não por obrigação.”
Aí você pode pensar que Gilda não se deu bem por não ter ficado com Albertinho, mas não, se deu bem a danada, finalmente se acertou com Chico (César Mello). Poderíamos chamar Gilda de uma das primeiras maria-chuteiras da República?! Brincadeirinha... Depois que Chico viu Gilda abraçando Albertinho no carro dele, Chico termina o namoro, Gilda corre atrás, se declara, mas só no último capítulo, eles tem uns segundinhos em tela se acertando de vez. Mas, o que aconteceu com Chico?? Tá certo que Chico pegou o emprego de Zé Maria no jornal do Guerra, mas e a carreira tão promissora que ele teria no futebol? O capoeira voltou a jogar? PS: A parte boa das cenas do Zé Maria era que na grande maioria aparecia o Chico!
Gostei de ver Margarida (Bia
Seidl) pedindo o divórcio, ela que uma vez em conversa com Laura disse que achava corajoso ela fazer isso e que se fosse ela não teria coragem. Sempre aceitou fingia que não via as traições do marido Bonifácio (Cássio Gabus Mendes), mas até que se cansa de vez ao ver Bonifácio com Constância quando a ex-baronesa foi pedir ajuda dele. E ainda Margarida ficou como sócia majoritária da Tecelagem, já que Fernando depois do roubo passou todas as ações para o nome de Margarida, e com o divórcio, Bonifácio ficaria sem nada, na verdade ficou com um tapaço na cara que ela deu.
Todos esses finais poderiam ter sido mais
“alongados”. Principalmente, queria ver o bebê de Laura e Edgar nascendo!!! E o Assunção?? Conheceu o neto Elias?? Maas, pelo menos não teve aquele tradicional final clichê de quem
matou quem, ou se o casal principal (nesse caso os 2 casais) ficariam juntos.
Já deixaram bem claro isso antes. Essas coisas não importam numa novela como
LaL, onde o que importa é a história como um todo, não só o final. (mas ainda
assim, queria um final mais "devagar" e elaborado). Ou seja, eu aceito Lado a Lado - Segunda
Temporada! hehe, Laura, Isabel e suas famílias passando pela década 1910-1920,1930,
e abrindo espaço para uma sociedade mais moderna, respeitosa e justa... :)
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Adorei a cena final da novela ter sido a conversa
das protagonistas Laura e Isabel, conversando sobre seus casamentos, lembrando de como se conheceram, seus próprios desencontros na vida, e fechando a cena com um
abraço e o silêncio das duas, simples e lindo > [ Vídeo da cena ]. E logo na sequência, o lindo samba da abertura
"Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós! E que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz..." mostrando o elenco em festa, e depois imagens de todos os atores, autores e diretores da novela. Aliás, quero deixar registrado meus parabéns a toda equipe e elenco de Lado a Lado, que pelo o que vimos em tela, se dedicaram e muito, e nos brindaram com um excelente trabalho.
Bom, e depois de tudo isso, de ótimos atores, história, ambientação,
figurinos, diálogos, eles ainda nos fizeram o favor de “preencher” a novela com
atrativos como esses, como não viciar neh?! rs:
Aquela baboseira de premiações da Globo é quase certo que a novela vai
ficar de fora, já que o que vale são as novelas das 9, que a cota de patrocínio
é beeem mais alta, aí a Globo tem que mostrar que as melhores são as novelas
mais "caras".
Tá, tá, eu sei que tô enchendo a bola pra Lado a Lado, mas não tem
como não encher, a novela foi um acerto em vários pontos, teve conteúdo do início ao fim, continuidade na história, quantidade na medida de personagens para desenvolver suas histórias sem se perderem, um elenco que entrou
de cabeça, coisa de alto nível! Comparo a novela a Downton Abbey (exagero?
Talvez! Mas me deixa!) por se de época, tratar de importantes fatos
históricos e com excelentes personagens. Eu adoro Downton, mas por conta da
novela, acabei deixando Downton de lado por uns meses, já que na novela são
seis capítulos semanais, aí tive que priorizar neh?! rs
É novela bem novela mesmo (entendem? hehe), e foi o primeiro trabalho
de João Ximenes Braga e Claudia Lage como autores principais, e claro que a
novela também teve clichês, erros, falhas, ou detalhes que poderiam ser
melhores, final mais decente para os apegos, mas aqui, prefiro ficar com o que
gostei... sou dessas! rs
Não estou acompanhando e nem pretendo ver a nova das seis, "Flor do Caribe", não sei,
não tem nada que me chame a atenção como as chamadas de Lado a Lado fizeram
comigo, sem falar que é aquela velha história do vilão que quer a todo custo separar o
casal, e também, é hora de dar uma descansada disso, até mesmo porque nem lembrava mais como era assistir uma novela inteira assim, tanto é que me empolguei e muito com o post! Mas por mim, Lado a Lado poderia ficar mais uns 50 capítulos tranquilamente,
assim melhorariam os finais, e poderiam ficar só enrolando, principalmente se
fossem cenas Laured, Constância soltando suas pérolas e Albertinho, Caniço, Umberto, Chico... sem camisa...
Li comentários pela internet dizendo que Lado a Lado é tão boa que
deveria estar no horário das 21h, discordo, não da parte que a novela é boa,
mas acho que é uma trama que não combina com o horário “nobre”, que é preciso
cativar os espectadores de uma maneira mais “vulgar” para ganhar mais
audiência, e sem tanto conteúdo certas vezes. PS: óbvio que não falo de Avenida
Brasil, que essa sim foi uma excelente novela para o horário.
E a emissora não ganha em merchandising numa novela de época, como vai
fazer propaganda de uma montadora ou de um produto?!
Mas então, agora acabou :´(, e é hora de voltar a não ser noveleira,
só Lado a Lado conseguiu esse feito comigo nos últimos tempos, de me empolgar
com as chamadas iniciais da novela, de ver todos os capítulos de uma novela (um
dia tento terminar A Vida da Gente e Duas Caras). Acho que vou sentir falta mesmo da novela quando for pra praia, pois eram nos finais de semana na praia que colocava os capítulos em dia, e a caminhada vespertina na beira-mar era só antes ou depois do horário da novela, nunca durante (sou dessas, me deixa!). Agora é torcer para que assim que acabar O Profeta no Vale a Pena Ver de
Novo, comece Lado a Lado... ou quem sabe no canal Viva neh?!
...bom, só sei que é uma novela que vai deixar saudades, e que a partir de
agora, qualquer novela que vier, vou comparar a Lado a Lado: “quando era em
Lado a Lado, era bem melhor...”
Eh, o post ficou enorme, mas também neh?! a novela teve ao total
154 capítulos, e ainda tinha vários outros pontos que poderia citar aqui, dá
pra fazer uma monografia. Agora chega! :)