Sempre quero ressuscitar esse blog, mas
sempre acabo me enrolando e parando no caminho, mas com a estreia de The Crown
na Netflix no último dia 04/11, a vontade bateu forte. Me empolgo pra escrever
quando gosto de algo.
The Crown, criada e escrita por Peter Morgan (responsável pelo roteiro de A Rainha), foca nas relações em torno da coroa britânica na década de 50 e no início do reinado da Elizabeth II. Essa primeira temporada gira em torno da vida de Elizabeth (Claire Foy), ainda jovem, seu início de casamento com Philip (Matt Smith), as relações familiares, principalmente com o pai, George VI (Jared Harris), e a irmã, Princesa Margaret (Vanessa Kirby). E também nas reuniões que tinha com o Primeiro-Ministro britânico Winston Churchill (John Lithgow) para tratar assuntos importantes do governo.
É a série mais cara da Netflix, passando da casa dos 100 milhões de dólares, cada cena em alguma sala diferente já pensava "quanto $$$$ que gastaram nessa cena aí".
Não vou entrar aqui na exatidão dos acontecimentos históricos, até porque não sou historiadora nem nada (nem crítica de televisão, mas neh...), mas em relação aos acontecimentos públicos da realeza, a série pra mim acertou em cheio, até mesmo na recriação de alguns eventos. Empaquei e não tenho vontade de continuar com Victoria da BBC justamente porque alguns acontecimentos não estão na cronologia certa. (E também porque amei o filme A Jovem Rainha Victória, aí fico comparando.)
Sempre gostei bastante de filmes e séries de realeza, por mais que provavelmente não iria gostar de viver sobre um regime de monarquia, mas é interessante ter outros pontos de vistas da realeza. Acho que The Crown é a série/filme que mais gostei desse tema.
Até um pouco tempo atrás, antes de saber que The Crown seria feito, comentei como a Elizabeth na posição dela, conseguia se manter tão longe dos holofotes quando o assunto era a vida privada dela, e então lançam uma série que mostra o romance, a liberdade e alegrias que Elizabeth tinha com Philip no início do casamento enquanto era "só" princesa, e toda a mudança de vida quando seu pai falece e ela acaba assumindo o posto de soberana. (SPOILER rs) A cena em que Philip "conta" Elizabeth sobre a morte do rei George apenas com o olhar é de cortar o coração, ela perdendo o pai e os dois sabendo que a partir dali as suas vidas nunca mais seriam as mesmas.
Outra cena de cortar o coração é quando Margaret está tocando piano enquanto o pai canta, ela observa o pai doente e não consegue segurar as lágrimas.
O que torna The Crown tão interessante (também) é acompanhar o crescimento, amadurecimento e o aumento da confiança de Elizabeth, mesmo por dentro sendo tão emotiva (o olhar de Claire Foy entrega tudo) e de ter tantas dúvidas. A escolha por manter o próprio nome, a relação dela com o parlamento (e pensar que aquela jovem rainha está fazendo atualmente o reinado mais longo da história e sem perder o pulso). Desde o início do casamento quando não cede a vontades e ao pedido de Philip e faz ele se ajoelhar, e depois a dificuldade que vai encontrando no casamento, a bronca no gabinete, e principalmente, o fato de ter ido contra a irmã e de ter a privado do casamento com Peter Townsend, já que a situação não tinha mais contorno, tanto pelo estado quanto pela igreja. Todo o martírio que Elizabeth passa para tomar a decisão que acaba afastando ainda mais a irmã dela mas protege a coroa. Que é aliás, como o próprio nome da série diz, sobre a coroa, a série não é sobre especificamente Elizabeth e Philip, sobre os Windsors, mas sim, das ações feitas para proteger a coroa e manter a soberania da família real.
Uma história sobre o quanto a rainha sacrificou sua própria vida como mulher, esposa, mãe e irmã, para o bem da coroa. Um "trabalho" muito solitário e com várias decisões difíceis a se fazer. A gente assiste e se passa a colocar no lugar da Elizabeth! Aliás, Lilibeth, me chame pra um chá, quero ser tua amiga!
Todo o investimento com cenários e figurinos não valeria para nada se não tivesse um elenco tão afiado e tão bem dirigido. Não sei se foi mais sorte da Claire Foy conseguir o papel de Elizabeth ou se foi mais sorte da série de conseguir uma atriz como ela. Claire consegue entregar uma Elizabeth impecável, nos gestos, jeito de falar, de andar, e na emoção que passa, tudo só com o olhar muitas vezes. Conseguiu fazer a transição de jovem princesa para uma rainha mais confiante de maneira sutil e como deveria ser feito. Claire me deu vontade de finalmente assistir Little Dorrit e Wolf Hall.
Sempre gostei de Doctor Who, mas nunca saí da temporada com o David Tennant porque não ia muito com a cara do Matt Smith, ahh como fui trouxa rs. Matt Smith, que ator, uma cópia física e de gestos do Príncipe Philip, e que assim como Claire, consegue entregar tudo com o olhar (e sem falar que agora consigo entender o que Lily James viu no Matt rs). Aquele jeito do Matt de abaixar a cabeça como o Philip verdadeiro dá até medo de tão parecido.
A transformação de John Lithgow em Winston Churchill foi nada menos que surpreendente. Extremamente bem feito, que papel e que ator!
A Vanessa Kirby também acertou em cheio a criação da sua Princesa Margaret, um papel que precisa de glamour e achar o ponto certo pra não ficar caricato e apenas uma jovem mimada, mas não, ela consegue passar toda a angústia de ver a irmã crescendo e o sofrimento por não conseguir ter a vida que queria.
Jared Harris como Rei George VI para mim é ainda melhor que Colin Firth (e olha que pra mim é difícil admitir isso rs) que ganhou o Oscar por esse papel, até porque Jared pegou os momentos mais difíceis de Albert/George.
Desde o casal real principal até atores com papeis menores conseguem passar uma emoção incrível em cena, e a própria fotografia e direção deixa os olhos brilhando em evidência.
A semelhança de Ben Miles com Peter Townsend é incrível. Até as crianças Elizabeth e Margaret tem uma semelhança e trejeitos das respectivas atrizes "grandes".
Só sei que o mínimo que quero para essa série é uma chuva de Emmys, Globo de Ouros e SAGs.
Já li gente falando que The Crown é a Downton Abbey da Netflix, não neh gente! Não dá pra comparar. Cada uma tem suas particularidades, e as duas são ótimas (mas prefiro mais TC).
Netflix, te amo! Diferente do cenário político de 2016, quefoi está sendo tenebroso, em relação as séries da
Netflix não podemos reclamar neh. Responsáveis por uma das melhores séries dos
últimos anos, Stranger Things, uma ótima segunda temporada de Narcos, e ainda
um revival da amada Gilmore Girls!
Resumindo, amei The Crown! Elenco excelente, excelente ambientação, roteiro, tudo!
E que venha a próxima temporada, e que seja feito o que comentaram, que The Crown tenha 6 temporadas focada nos anos e décadas seguintes. Doida pra ver Elizabeth tendo que aturar a Thatcher e tentando encontrar uma esposa para o Charlie.
PS: apesar de tantos momentos históricos importantes, cenas emotivas e tals, a minha preferida da série é uma conversa entre Philip e Elizabeth, depois dela dar uma bronca em Churchill e o marido ver a esposa "maior".
The Crown, criada e escrita por Peter Morgan (responsável pelo roteiro de A Rainha), foca nas relações em torno da coroa britânica na década de 50 e no início do reinado da Elizabeth II. Essa primeira temporada gira em torno da vida de Elizabeth (Claire Foy), ainda jovem, seu início de casamento com Philip (Matt Smith), as relações familiares, principalmente com o pai, George VI (Jared Harris), e a irmã, Princesa Margaret (Vanessa Kirby). E também nas reuniões que tinha com o Primeiro-Ministro britânico Winston Churchill (John Lithgow) para tratar assuntos importantes do governo.
É a série mais cara da Netflix, passando da casa dos 100 milhões de dólares, cada cena em alguma sala diferente já pensava "quanto $$$$ que gastaram nessa cena aí".
Sempre gostei bastante de filmes e séries de realeza, por mais que provavelmente não iria gostar de viver sobre um regime de monarquia, mas é interessante ter outros pontos de vistas da realeza. Acho que The Crown é a série/filme que mais gostei desse tema.
Até um pouco tempo atrás, antes de saber que The Crown seria feito, comentei como a Elizabeth na posição dela, conseguia se manter tão longe dos holofotes quando o assunto era a vida privada dela, e então lançam uma série que mostra o romance, a liberdade e alegrias que Elizabeth tinha com Philip no início do casamento enquanto era "só" princesa, e toda a mudança de vida quando seu pai falece e ela acaba assumindo o posto de soberana. (SPOILER rs) A cena em que Philip "conta" Elizabeth sobre a morte do rei George apenas com o olhar é de cortar o coração, ela perdendo o pai e os dois sabendo que a partir dali as suas vidas nunca mais seriam as mesmas.
Outra cena de cortar o coração é quando Margaret está tocando piano enquanto o pai canta, ela observa o pai doente e não consegue segurar as lágrimas.
O que torna The Crown tão interessante (também) é acompanhar o crescimento, amadurecimento e o aumento da confiança de Elizabeth, mesmo por dentro sendo tão emotiva (o olhar de Claire Foy entrega tudo) e de ter tantas dúvidas. A escolha por manter o próprio nome, a relação dela com o parlamento (e pensar que aquela jovem rainha está fazendo atualmente o reinado mais longo da história e sem perder o pulso). Desde o início do casamento quando não cede a vontades e ao pedido de Philip e faz ele se ajoelhar, e depois a dificuldade que vai encontrando no casamento, a bronca no gabinete, e principalmente, o fato de ter ido contra a irmã e de ter a privado do casamento com Peter Townsend, já que a situação não tinha mais contorno, tanto pelo estado quanto pela igreja. Todo o martírio que Elizabeth passa para tomar a decisão que acaba afastando ainda mais a irmã dela mas protege a coroa. Que é aliás, como o próprio nome da série diz, sobre a coroa, a série não é sobre especificamente Elizabeth e Philip, sobre os Windsors, mas sim, das ações feitas para proteger a coroa e manter a soberania da família real.
Uma história sobre o quanto a rainha sacrificou sua própria vida como mulher, esposa, mãe e irmã, para o bem da coroa. Um "trabalho" muito solitário e com várias decisões difíceis a se fazer. A gente assiste e se passa a colocar no lugar da Elizabeth! Aliás, Lilibeth, me chame pra um chá, quero ser tua amiga!
Todo o investimento com cenários e figurinos não valeria para nada se não tivesse um elenco tão afiado e tão bem dirigido. Não sei se foi mais sorte da Claire Foy conseguir o papel de Elizabeth ou se foi mais sorte da série de conseguir uma atriz como ela. Claire consegue entregar uma Elizabeth impecável, nos gestos, jeito de falar, de andar, e na emoção que passa, tudo só com o olhar muitas vezes. Conseguiu fazer a transição de jovem princesa para uma rainha mais confiante de maneira sutil e como deveria ser feito. Claire me deu vontade de finalmente assistir Little Dorrit e Wolf Hall.
Sempre gostei de Doctor Who, mas nunca saí da temporada com o David Tennant porque não ia muito com a cara do Matt Smith, ahh como fui trouxa rs. Matt Smith, que ator, uma cópia física e de gestos do Príncipe Philip, e que assim como Claire, consegue entregar tudo com o olhar (e sem falar que agora consigo entender o que Lily James viu no Matt rs). Aquele jeito do Matt de abaixar a cabeça como o Philip verdadeiro dá até medo de tão parecido.
A transformação de John Lithgow em Winston Churchill foi nada menos que surpreendente. Extremamente bem feito, que papel e que ator!
A Vanessa Kirby também acertou em cheio a criação da sua Princesa Margaret, um papel que precisa de glamour e achar o ponto certo pra não ficar caricato e apenas uma jovem mimada, mas não, ela consegue passar toda a angústia de ver a irmã crescendo e o sofrimento por não conseguir ter a vida que queria.
Jared Harris como Rei George VI para mim é ainda melhor que Colin Firth (e olha que pra mim é difícil admitir isso rs) que ganhou o Oscar por esse papel, até porque Jared pegou os momentos mais difíceis de Albert/George.
Desde o casal real principal até atores com papeis menores conseguem passar uma emoção incrível em cena, e a própria fotografia e direção deixa os olhos brilhando em evidência.
A semelhança de Ben Miles com Peter Townsend é incrível. Até as crianças Elizabeth e Margaret tem uma semelhança e trejeitos das respectivas atrizes "grandes".
Só sei que o mínimo que quero para essa série é uma chuva de Emmys, Globo de Ouros e SAGs.
Já li gente falando que The Crown é a Downton Abbey da Netflix, não neh gente! Não dá pra comparar. Cada uma tem suas particularidades, e as duas são ótimas (mas prefiro mais TC).
Netflix, te amo! Diferente do cenário político de 2016, que
Resumindo, amei The Crown! Elenco excelente, excelente ambientação, roteiro, tudo!
E que venha a próxima temporada, e que seja feito o que comentaram, que The Crown tenha 6 temporadas focada nos anos e décadas seguintes. Doida pra ver Elizabeth tendo que aturar a Thatcher e tentando encontrar uma esposa para o Charlie.
PS: apesar de tantos momentos históricos importantes, cenas emotivas e tals, a minha preferida da série é uma conversa entre Philip e Elizabeth, depois dela dar uma bronca em Churchill e o marido ver a esposa "maior".