quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Lollapalooza 2014! Arcade Fire again, Johnny, Jake, Vampire...

Continuando a soltar os posts empacados nos rascunhos! Ainda mais depois de uma semana tensa, num ano já bastante conturbado, o negócio é fazer o que você curte e de vez em quando parar para lembrar do que te faz bem! Gosto de fazer esses posts aqui para deixar o meu ponto de vista do festival, alguém do público mesmo, e não mais um jornalista. E para deixar registrado para recordar.
Fotos minhas
06/04/2014, voltei, Lollapalooza!! Depois de ir na edição de 2011 e de ter desistido de ir na edição de 2012 por principalmente motivos financeiros e bandas que eu queria ver em dias diferentes, esse ano comprei o ingresso já na abertura das vendas, motivo: Arcade Fire!
Acho que pela primeira curti um festival desses como se deve (ou não, depende do ponto de vista), já que tinha visto Arcade Fire muito bem e de perto no Rio, aproveitei para ver as outras atrações e andar bastante entre os palcos antes de rever AF, e vendo eles fechando o festival com talvez o show mais #fueda em festivais que já vi, acho que só tio Bruce Springsteen e Blur me passaram essa sensação em festivais.

Localização
Na pqp! Brincadeira, na pqp é onde eu moro! O povo reclama de ter que pegar uma linha de metrô e mais uma de trem, tá de boas! O Rock in Rio é bem mais longe e demorado pra chegar estando na zona sul carioca. Mas confesso que deu uma pontinha no coração já que o Jockey era bem perto do hotel. O problema (o primeiro) foi aquela subida desgracenta entre a estação e o Autódromo, duvido que o Perry tenha feito esse trajeto a pé na divulgação do Lolla.
Entrada e Retirada de Ingressos
Como fui somente no domingo, no sábado estava ainda no Rio lindo me recuperando do show do Arcade, e com um dia sem lotação no Lolla, não peguei fila na entrada, fugimos do Portão 9 que tinha fila e andamos (mais um pouco) para entrar pelo portão 8 que estava bem tranquilo. Minha irmã tinha ido no Lolla no sábado e fez a retirada do meu ingresso, nesse dia segundo ela, teve um pouco de caos pra entrar, e uma filinha pra retirada dos ingressos.

Autódromo de Interlagos
Confesso que curti muito o Lolla no Autódromo de Interlagos, mesmo andando muito, talvez tenha escolhido o pior festival pra ficar andando de um lado para o outro devido as subidas e descidas, solzão e distância entre os palcos, mas valeu a pena. Os palcos estavam muito melhores localizados que no Lolla do Jockey Club, não senti interferência nenhuma de som entre os palcos e a visualização ficou bem melhor. No Jockey os palcos eram baixos e tinha desníveis na pista, era só ficar um pouco pra trás e ter que depender só do telão! O som também nessa edição estava bem melhor! Ay, tão lindo festival com solzão, morrinhos verdes, galera animada, e podendo tomar cerveja de boas, já que em outros festivais não tomava durante a tarde pra não perder um bom lugar perto do palco por motivos fisiológicos.
Estrutura/Organização
Entramos no Lolla, aproveitamos rapidinho pra comprar as fichas pra não pegar filas depois, o que na verdade nem precisou porque durante todo o dia/noite estava bem tranquilo pra comprar, sem filas, bastantes caixas disponíveis. Só tinha que cuidar se fosse comprar direto com um ambulante, esse poderia estar cobrando mais caro. Domingo estava mais de boa, então mal pegamos filas para comida, em banheiros até que tinha um pouco, mas era só andar (MAIS) um pouco e achar um mais vazio ou um que tivesse alguma tia da limpeza berrando pro pessoal: “viu um livre entra, caramba, não tem fila!”. O maior erro do Lolla: falta de lixeiras, tá certo que em festival desse porte o povo é meio porco e vai soltando lixo no caminho, mas a organização do Lolla foi bem mais. Já quando entramos no domingo tinha lixo do sábado (tem que aprender com o multirão de limpeza do Rock in Rio, Perry), cheguei a andar de perto do espaço Skol até o palco Onix com coisa pra jogar fora e não achava um puto lixeiro.

Mas vamos ao real motivo da ida ao Lolla, as atrações musicais.

Francisca Valenzuela
Chegamos ao palco Skol bem no início do show da chi chi chi le le lena Francisca Valenzuela, que eu estava querendo ver. Conheci a Chica (já sou íntima) lá por 2010 buscando bandas chilenas, gostei do som, músicas bonitinhas, me lembrava um pouco Julieta Venegas. Confesso que ao vivo me surpreendeu, tinha visto uns vídeos dela ao vivo e não tinha achado tanto assim, mas ao vivo nessa Lolla, foi ótima, tinha momentos meio The Voice em que quando ela soltava umas notas altas mais longas, o povo que não conhecia berrava e aplaudia. Tem uma boa presença de palco, mostra bastante simpatia. Fico feliz por ter ouvido Buen Soldado, Peces e Mujer Modelo ao vivo. O problema, como em qualquer show de festival que você está gostando, foi curtinho demais.

Illya Kuryaki and the Valderramas
Curto muito a música latina em geral, e finalmente um festival de grande porte brasileiro está incentivando mais isso, prova disso foi sair do show de uma chilena e ir para o Palco Onix pra ver os argentinos Illya Kuryaki and the Valderramas, que já tinham começado o show, pena que o público era pequeno, mas mandam muito bem ao vivo, som bacana numa mistura de hip-hop, funk rock, soul..., assim meio sem papas na língua. Quem tava ali se divertiu bastante, Dale! "Abarajame en la bañera, abarajame en la bañera, nena. Be cool, don't be culo, man chico boludo" 

Hora de um rápido carinho almoço, sentar na grama, beber cerveja e ver Raimundos de lonjão mesmo, deu uma baita vontade de descer o morro correndo pra perto do palco quando eles tocaram as músicas do álbum de estreia deles. pqp, ouvia muuuuuito esse disco!

Johnny Marr
Talvez um dos principais nomes da história da música por fazer as melodias do The Smiths, Johnny F*ckin Marr, um show típico daqueles festivais deliciosos, palco Onix combinou e muito com esse show, morro verdinho tomado (nem tanto, poderia ter mais pela qualidade de quem estava se apresentando) de gente, famílias, pais com filhos, tiozões praticamente chorando hehe, clima adorável. Esse cara toca muito, brinca com a guitarra, mesmo tendo quebrado a mão um mês antes. Dá para ver de onde Noel Gallagher bebe da fonte, até o visual é parecido, mas claro Johnny toca bem mais. A fase anos 80 nunca chegou perto de ser minha década favorita da música, mas cara, como é bom ouvir esse tipo de música ao vivo!! Johnny acompanhado com uma banda super competente fez um dos melhores shows desse Lolla (dos dois dias, claro). Mesclando músicas da carreira solo do disco The Messenger, momentos divertidos como o cover I Fought the Law, e quatro músicas de The Smiths, em que em How Soon is Now, chamou seu amigo de infância para assumir o baixo, nada menos que Andy Rourke, aí sim que a geração Smiths veio abaixo! Um tiozão atrás de mim falava “não acredito, não acredito”, enquanto um cara perto ficava o show inteiro berrando “volta com o Morrissey porra, casa com ele, faz um filho nele” hehehe.
E para fechar esse show foda, um dos momentos mais bacanas desse Lolla, There Is a Light That Never Goes Out!
“Take me out tonight, where there's music and there's people who are young and alive”

Acabou o Johnny e fiquei bem perto do palco pra ver Vampire, mas aí decide sair dali porque não tava a fim de ficar muito tempo parada esperando, tinha até um cartaz de Ya Hey que quando saí dei para uma menina qualquer que depois ficou meio que palando com o papel! rs. Fui andar (mais um pouco), comer, e ainda deu pra um ver um pedacinho de Ellie Goulding bem de longe hehe, voltei para o VW e ainda peguei um bom lugar, tks Lolla e seus morrinhos!

Vampire Weekend
Eu e meus primos, tu e teus primos
Micareta indie? Não curto usar termos tipo indie rs. Confesso que as primeiras músicas que ouvi do Vampire Weekend um tempo atrás, não tinha curtido, mas depois, principalmente semanas antes do Lolla comecei a curtir mais. Músicas divertidas, um bom som, com qualidade. Com um palco Onix ainda muito mais cheio que para Johnny Marr, uma recepção bem calorosa para os americanos: “TAMO JUNTO!”
Foi um ótimo show, com qualidade, banda mostrando competência e público respondendo, o pior era os caras no lado querendo imitar o tom e os berrinhos do Ezra, não dá neh gente, apenas parem! hauahahaua
Ezra Photobomb, poor Baio
Curti muito Holiday, A-Punk e Campus ao vivo. Mas o ruim de querer ficar perto do palco é perder momentos como esse aqui.


Jake Bugg
O único show que vi no palco Interlagos foi o do menino Jake Bugg (ou o menino Jáque Bugui vídeo), apenas 20 anos, dois ótimos discos no currículo e um excelente show, completando o palco com um baixista e um baterista, de qualidades claro, e pronto. Sem estrelismo nenhum, alguns diriam que ele é meio blasé, não acho, para mim é só um garoto fazendo uma baita música!! Cheguei a achar ele meio apático até, mas é porque ele é de poucas palavras e na dele, quando fui ver a transmissão da tv deu pra ver os olhinhos do menino brilhando olhando o público. #fofo
Alterna entre a guitarra e o violão, dependendo da música, começou o show com a ótima Kentucky já pra animar o público, seguida pela também agitadinha There’s a Beast and We All Feed It. Teve momentos mais calmos e lindos como em Broken e A Song About Love. Teve também momentos mais animados como em Taste It, Slumville Sunrise This place is just not for me, I say it all the timeWhat Doesn't Kill You. Enquanto saía pelo lado direito do palco Interlagos para ficar mais perto para a saída para o palco Skol, ele fazia uma excelente versão de My My, Hey Hey (Out of the Blue) do Neil Young. E pra fechar, a também ótima Lightning BoltMenino Jake volta para o Brasil em novembro para shows em POA, Rio e SP.

Arcade Fire
Levei tanto tempo para ver Arcade Fire ao vivo que pelo menos a espera foi finalmente saciada num intervalo de 3 dias com 2 shows. E como eu queria e consegui ver eles num show solo (post do show do Rio aqui), a apresentação no Lolla foi como a cereja no bolo.
O setlist foi parecido com o do show do Rio, por isso não vou comentar muito as músicas, teve algumas pequenas mudanças. Novamente, Reflektor abriu o show de maneira única, com uma recepção bem calorosa e com Win Butler já correndo para o público. Neighborhood #3 (Power Out) teve um encerramento mais longo e mais fueda nessa Lolla, curti!
Will Butler marido fofo querido quebrado voltou a ter um momento “primeiras turnês” em que saía doidão pelo palco, desce em Rebellion e já quebrado, ainda consegue tropeçar, e depois quebra o tamborzinho dele. Aliás, Rebellion foi uma das melhores nesse Lolla.
Em The Suburbs, Win trocou a fala sobre o Brasil passar a ser chamado assim após a copa do mundo e fala em bom português “essa música é sobre saudade”, sempre gostei de Suburbs, mas era tipo de leve, pra mim não era nada demais, depois dos shows no Brasil, principalmente esse show no Lolla essa música passou a ter uma importância bem maior, tão linda!
“But I would rather be alone, than pretend I feel alright” minha camiseta do dia, ahh me deixa! Em Ready to Start, uma das minhas preferidas do Suburbs, o mais legal (ainda) foi ouvir a galera em volta soltando duas vezes incorretamente o “Now I'm ready to start” a plenos pulmões!
“Ezra from Vampire Weekend of all people told me what saudade means and that all of our fucking songs are about saudade and it explains so much”. Eu estou desde esse dia pensando o que duas pessoas como Win e Ezra ficam conversando para caírem no tema Saudade! E veio Neighborhood #1 (Tunnels), pra mim a música mais linda nesse Lolla, me passou uma sensação tão bacana, amei a parte em que eles cantam mais baixinho “the names we used to know”.
Incluíram Haiti nesse show! Incluíram Haiti nesse show! Incluíram Haiti nesse show! Só queria deixar registrado! <3 <3 <3
Bom, incluíram Haiti, mas tiraram outras, ficaram de fora We Used to Wait, até que é mais justo, não é tanto para um festival no Brasil, deixaram de fora também Joana D’Arc, pelo menos tocaram essa no Rio. Mas novamente deixaram de fora We Exist, provavelmente por motivos de #TeveLaika.
Outra que não apareceu no setlist carioca mas que apareceu no Lolla foi My Body is a Cage, tá certo que só um pedacinho, queria tanto ouvir essa um dia ao vivo inteira, com todos os instrumentos, mas serviu apenas para abrir a excelente Afterlife. Essa edição quebrou as pernas de muita gente ao colocar New Order no mesmo horário que o Arcade Fire, baita sacanagem! Sobrou pra quem decidiu ficar com Arcade um trechinho de Temptation cantado em Afterlife.
Win recebeu do público uma bandeira do Brasil ao final de Afterlife, e quando volta ao palco, coloca a bandeira na Régine.
Depois disso veio os grandes momentos da Régine Chassagne, meldels!! Fofa! Eu queria ser como você Régine!! Mas acho que ninguém consegue! Depois do show do Rio, Régine novamente brilha fazendo a versão de O Morro Não Tem Vez de Tom Jobim, dessa vez segurando a bandeira do Brasil.
E o que falar dela nervosinha na sequência antes de começar It's Never Over (Hey Orpheus), ficou procurando a escadinha para ir ao palquinho B e não achava, ia de um lado para o outro, até que o Win mostra a escadinha no meio do palco. A parte boa é que a intro foi alongada! Acho que foi a primeira vez que a Régine cantou essa música de costas para o Win, o que só melhorou, já que ela pode fazer ainda mais o que ela sabe fazer de melhor, ser performática. “And if I shout for you, never doubt, don't turn around too soon! Just wait until it's over!"
Aí a coitada teve que já sair correndo do palquinho para voltar ao palco principal para encabeçar Sprawl II (Mountains Beyond Mountains) e novamente com mais uma excelente apresentação.
Os bobbleheads entraram rapidamente ao som de Nine Out of Ten do Caetano Veloso para uma espécie de corte do show, já que não teve bis. Aliás, senti falta de mais bobbleheads nessa turnê no Brasil, pô, nos shows nos EUA e Europa usam bem mais e por mais tempo no palco.
Here Comes the Night Time dessa vez não foi tão divertida como no show do Rio, já que não teve Régine na minha frente gargalhando, mas o efeito geral da música foi tão ótimo quanto, tem muita gente ainda achando que a chuva de papeis picados foi coisa do Lolla, mas nem, aliás, capricharam nessa chuva heim.
Um dos momentos mais épicos (ou o mais) de todos os Lollas no Brasil com certeza veio no encerramento com Wake Up, TODO mundo com os braços levantados, cantando a plenos pulmões, coisa linda!! Não sei se foi sorte ou precisão, mas os fogos de encerramento saíram no melhor momento que poderiam ter saído, bem no “hand” em "when the reaper he reaches and touches my hand!"
Win também desceu algumas vezes para o público, mas sem ter total contato, de certo tava ainda impactado com os abusos que sofreu no show do Rio rs. No show do Rio ele pareceu um pouco chateado com a qualidade do som, tanto é que foi um dos primeiros a sair do palco, já no Lolla foi o último, chamou os outros para continuar Wake Up de uma forma mais acústica e ficou fazendo aposta sobre o Brasil ganhar a copa do mundo, bom, não deu neh?! 7x1.
A Régine me pareceu mais contida no Lolla do que show do Rio, mesmo continuando com aquela energia única que ela passa no palco, nas suas performances, mas é que no Rio ela tava tão solta, tão leve, tão alegre, vestido subindo direto rs, que maridão até deu algumas olhadas mais sérias pra ela.
Arcade faz juz ao que cada vez dizem mais sobre eles, de ser a maior banda atualmente, claro que concordo, tanto em qualidade, composições, a entrega no palco, quantidade de integrantes...
Esse show deles me deu uma sensação enorme de quero mais, queria ter estado mais perto do palco, mas era isso ou abrir mão do show do Jake ou até mesmo do Vampire para ficar mais perto. Se o show do Lolla tivesse sido antes do show solo no Rio, beleza, mas assim deu um vazio tão grande nos dias que se seguiram, na verdade semanas! Só deu uma brecha quando saí de férias. rs, mas claro que deu aquela sensação maravilhosa por ter vivido mais um momento desses.
Comparando os shows do Rio e do Lolla, Arcade funciona ainda melhor para um público bem maior, mesmo preferindo o show do Rio. Indo embora escutei vários comentários do tipo “melhor show que já fui”, “melhor show que já vi num festival” e coisas do tipo, sem contar dos bêbados cantarolando a harmonia de Haiti.

Saída
Quanto a saída do Lolla, foi tranquilo, mesmo com um pouco de aglomero. O problema foi que minha irmã passou meio mal por não se alimentar direito durante o dia, então não voltaríamos de trem, aí aquele velho problema pós shows em São Paulo, falta de táxi, os que apareciam queriam cobrar corridas fechadas, o negócio foi pegar uma linha de ônibus e pegar táxi mais a frente.

Bom, me queimei um pouco, tava acabada no outro dia, mas valeu cada minuto!

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