Depois de finalmente soltar os posts dos meus festivais preferidos no Brasil, é hora de finalmente falar sobre música espanhola.
Fotos minhas
15 de maio de 2014
Me ferro pra conseguir sair do interior de SC pra tentar
ver shows em SP/RJ, imagina então pra tentar ver show nos países hermanos,
tirando Juanes que foi um misto de planejamento e sorte, nunca tentei,
principalmente por motivo $$, ir em shows de artistas latinos na Argentina, por
exemplo.
Sempre tive azar com La Oreja de Van Gogh, uma vez estava
em Buenos Aires e eles tocariam lá dois dias depois que fui embora, e naquela
baita sorte de ir ao Rock in Rio Madrid, eles tocaram no final de semana
anterior ao que fui. E claro, como praticamente todas as bandas espanholas que
curto, nunca tocaram no Brasil (com exceção de El Canto del Loco).
Programei minhas férias para estudar espanhol em Mendoza
na Argentina, confesso que escolhi Mendoza também por as vezes ter shows
bacanas por lá, e acabei tendo uma baita sorte. Alguns dias depois, La Oreja de
Van Gogh anunciou que faria show lá (Sem falar que também peguei show do Jorge Drexler, próximo post), fui atrás do ingresso, mas não tinha venda
online e nem por telefone, deixei para comprar quando chegasse em Mendoza, uns
10 dias antes do show, cheguei num sábado a noite, no domingo quando iria atrás
do ingresso, anunciaram no twitter que todos os shows da turnê na Argentina
estavam com ingressos esgotados.
Conversei com mendocinos e eles me recomendaram a ir na
frente do Auditório Ángel Bustelo que sempre tem alguém vendendo, cheguei uma hora antes, não
tinha nenhum sinal de “vendedor”, fiquei por ali, até que chegou uma moça
perguntando quanto tava o ingresso, falei que estava esgotado, e aí ela disse
que tinha ingresso para vender, já desconfiei, disse que trabalhava ali e tinha
ingresso para o setor de Invitación, um preço até que razoável pelo que achei
que pagaria pra cambista. Dei uma choradinha pra ela, falei para não me vender
ingresso falso, disse que não era dali, ela disse que o ingresso era original e
que iria comigo até a entrada pra eu ter certeza da vericidade do ingresso, e
ela fez isso mesmo, foi até quase onde entreguei o ingresso. O lugar não era o
melhor, mas era o melhor que poderia conseguir pelas circunstâncias, como era no
setor de invitación, não era lugar marcado, quem chegava primeiro, escolhia o
seu lugar, como cheguei até que cedo, consegui um bom lugar.
O show estava marcado para as 22hrs, e nessa hora entrou
no palco Lowrdezpara um pocket show de abertura, bacana, mas
nem prestei muita atenção nas músicas, só olhava para o guitarrista, que me
lembrava o Rafael Cardoso. hehe
Mas teve um momento que me arrepiei nesse show, fizeram
uma versão de La Ciudad de la Furia e dedicaram ao Cerati, que justamente naquele
dia completava exatos 4 anos em coma. :’( Sdds Cerati!! Faz muita falta nesse
mundo!!
Lowedez
Acho que LOVG é o único caso em que trocaram o(a)
vocalista e que deu certo. Quando anunciaram que Amaia Montero sairia cheguei a
pensar que a banda acabaria, porque a voz da Amaia é única, tão característica,
as músicas de LOVG são o que são pela identidade musical da banda e vocal que a
Amaia impôs. Pra mim seria como quando a La Quinta Estación anunciou o fim, não
daria para continuar a banda sem a Natalia Jiménez. Mas aí por sorte do destino
e competência dos que “sobraram” de LOVG, encontraram a Leire Martínez. Acredito que ela consegue dar ainda mais vida as músicas, e como um cara disse minutos
antes de começar o show, a Amaia era “princesinha” demais no grupo, a Leire
combina com o grupo. Aqui, vendo de fora, pra mim está um “casamento” perfeito,
Leire aceitou essa baita responsa e está se saindo muito bem!
Não lembro exatamente quando comecei a escutar LOVG, mas
já devem fazer uns 8, 10 anos, ou mais, não sei. Mas lembro que a primeira música
que escutei foi Rosas, minha irmã colocava no quarto dela aí eu “pô, isso é
massa!” e aí sempre tava querendo ouvir a música da “carita empapada” e depois conhecendo
os discos.
E foi justamente Rosas que abriu o setlist, e que vem
abrindo a turnê Primera Fila, aliás, um excelente setlist, claro que sempre
fica uma ou outra que a gente adora de fora, mas acho que não mudaria quase
nada. rs
Por mais que eu goste da organização e tranquilidade que
um show com lugares marcados dá, é fodz complicado ficar sentada num show como
o do La Oreja, só balançando o pézinho. Acho que foi já em Mi Calle es Nueva York
que alguns se levantaram e já tava toda feliz pensando que o show seria em pé,
mas logo eles tiveram que sentar :’(
Xabi e o Theremín
“Pensé que era un buen momento, por fin se hacía realidade”, ay
20 de Enero, para mim é praticamente um clássico já! rs. Aliás, por mim
comentava todas as músicas, mas melhor não porque sempre me empolgo escrevendo
e o negócio já tá meio grande.
Muito bom poder ouvir ao vivo Perdida, essa é daquelas
músicas que diz muito para e por mim. Outro dos “clássicos” que apareceu foi París, coisa
linda, e em seguida, mais uma que eu adoro Europa VII.
A linda Palabras para Paula, que foi feita em homenagem a
filha do Haritz Garde é daquelas músicas que SE um dia eu tiver um filho ou
filha eu vou colocar para escutar muito, e claro, terá um significado
totalmente novo.
Palabras pra Paula María
La Playa é daquelas para sair berrando e cantando com
olhos fechados (rs) “y un día verás que este loco de poco se olvida”.
Mais um dos “clássicos”, a primeira música do primeiro
disco, Dile al Sol, que recentemente já fez 16 anos (!!), El 28!
Teve a linda visita de María ao som do ukelele do Pablo Benegas,
claro, sem a participação da Natália Lafourcade, mesmo preferindo essa versão
em forma de dueto, ainda assim continua sendo uma linda versão.
Amo essa versão que estão fazendo de Deseo de Cosas
Imposibles, um jeito “semi” acústico, com os 4 juntos e Haritz continuando na
bateria.
É oficial: nunca chorarei num show, não chorei nos shows
do Paul em Something e Here Today, nem em Turn no Travis ou The Universal no
Blur, meus olhinhos só brilharam em Wake Up no Arcade e não chorei em Jueves,
pra mim uma das músicas mais lindas! Feita em homenagem as vítimas do atentado
aos trens em Madrid em 2004, serviu como a música que apresentou Leire como a
nova voz da LOVG. Não sei como consegui gravar, mas depois do show do Juanes
que me arrependo de não ter feito mais vídeos, nesse fiz mais. Ficou meio
tremido porque olhava pouco para a câmera, e preferi filmar porque aí não
cantava e não estragava esse efeito lindo que a música passa, só com o
excelente piano de Xabi San Martín e a tremenda voz e interpretação da Leire.
Agora não lembro mais se foi em Muñeca de Trapo ou El
Primer Día del Resto de Mi Vida que o povo finalmente se levantou, mas só sei
que deveria ter sido assim o show inteiro. El Primer Día... além da parte animada
com o coro do “ooôôoo” serve também como um banho frio para lembrar que logo o
show acaba, já que encerra a primeira parte do show.
Foram tantas músicas no bis que perdi a conta, parecia
show do Paul McCartney. A primeira do bis foi a mais nova no repertório, e também
ótima, Pálida Luna.
“Quedate esta fria madrugada, quedate hasta que la luz me
alba” olha, se durasse mais, eu ficava! Cometas por el Cielo é uma das que
mais gosto nessa fase Leire, me passa uma sensação tão boa, “Y que pequenos nos
veran, los que no volaron nunca”. Sem falar que a música permite a entrega
do público com o “uuuôôô uuuôôô...”.
Com Pop o auditório foi tomado por um clima totalmente
festivo e divertido (mais ainda).
O tom já de despedida não tira a energía que tem La Niña que
Llora en tus Fiestas. Aliás, adoro a forma como a Leire finaliza as palavras como
“Miramé” e também em várias outras músicas, forçando e alongando a sílaba final.
“Mi mundo empezando a temblar, presiento que se
acerca el final” letra mais que perfeita para finalizar o show, e é assim que
acaba, com a excelente Puedes Contar Conmigo, em um setlist também excelente! “y
sólo quedarán los buenos momentos de ayer”
Os quase 20 anos de carreira do LOVG fizeram com que eu
visse um dos melhores shows que já vi, sério. Pablo é incrível na guitarra,
violão e ukelele, mesmo com aquele jeito que pra mim chega a ser tímido. Fantástico
o som que ele consegue tirar desses instrumentos, principalmente quando você
olha para o palco e não vê uma outra guitarra ou violão de acompanhamento. Xabi
além de um excelente compositor, culpado pelos grandes sucessos do LOVG, é um
grande pianista, que fica evidente em músicas como Jueves e em tantas outras da
banda que ficaram tão famosas também pelo som característico do piano e teclado.
Haritz e Álvaro Fuentes tem uma presença visual um pouco mais discreta, mas não
musical. Leire é tudo o que já comentei acima, somando todos eles, dá uma qualidade
fantástica de show, só senti falta dos violinos que tem nos cds e no dvd
Primera Fila, mas mesmo assim, um show lindo, e a banda em excelente sintonia. Foi
só com esse show que consegui diminuir a minha obsessão que estava com Arcade
Fire após os shows no Brasil, precisava de uma nova obsessão. Só me arrependo
por não estar com uma bandeira do Brasil, só para deixar uma marquinha de leve
para eles neh. PQP, cadê essas produtoras brasileiras pra trazer essas bandas
para o Brasil?!
Segundo as informações “oficiais” de divulgação, o show
começaria as 10 e terminaria as 11:30, sabem de nada, inocentes! LOVG começou
as 10:30 e terminou a 1hr, com um tempo muito bem aproveitado, num setlist para
mim, perfeito!
Nesse meio tempo teve problema com as caixas de som do
lado direito do palco, parando o show por uns quase 10 min, o que serviu para
Leire trocar de roupa e pedir desculpas no jeito mais fofo do sotaque espanhol.
Amei Mdza, o auditório ficava a 7 minutos a pé da casa onde estava, saí do show
com uma pequena caminhada, sozinha, tarde de noite, pensando na ótima sensação
do show. E até nem foi tão mal ficar meio que doente por uns 4 dias por causa
do frio que peguei. rs
Xabi falando para Leire que terão que parar o show
Também não inventei de ir atrás da banda em aeroporto e
hotel, primeiro por preguiça mesmo de ir atrás das informações, estar sozinha, sem os meus cds e
também nem ia dar, essa cidade de Mendoza consumiu meu tempo de um jeito,
acordava, ia para aula, saía pra fazer algo e quando via já era hora de ir
dormir de novo.
Fico agora também com a lembrança da dona da casa onde
estava, comentando num jantar com amigos dela que eu tinha ido ao show de La
Oreja, e aí sob efeito do vinho, ela e as amigas ficaram cantando berrando
Rosas. hauahaua
La Oreja volta para a América do Sul agora em novembro, inclusive passam novamente por Mendoza, mas claro, nada de Brasil, cadê gravadora e produtoras pra trazer esse povo hein??!!
ahahaha eu e meus posts backlogs! Já que faz exatamente 1 ano e só pra não desperdiçar o que tinha escrito e tava
esquecido nos rascunhos. Hora de postar isso antes que chegue a próxima edição
do Rock in Rio e eu fique com esse post empacado aqui nos meus rascunhos. Então, depois de viver uma experiência bacana no Rock in
Rio em 2011 (relatada aqui)
e ter dado uma baita sorte e ter conhecido a edição espanhola do festival
(aqui), voltei ao Rock in Rio.
Todas as fotos minhas
Novamente, comprei o card e só decidi a data após
anunciarem as atrações do Palco Sunset, mesmo que já estava praticamente
decidido que iria no dia de Skank e Bruce Springsteen, The Boss!! E ainda com o
plus do John Mayer!! Pra mim, não teve data melhor nessa edição.
Beto Lee workando e Thiago Lacerda, que tá de parabéns!
Em 2011 deu um aperto no coração em ter ido direto ao
Palco Mundo e ter perdido ótimos encontros como Jorge Drexler e Tiê, Júpiter
Maçã e Cidadão Instigado, Zeca Baleiro, Erasmo Carlos e Arnaldo Antunes no
Sunset, mas esse ano não. Entramos na entrada do lado direito, a qual devido a
linda organização (ironia) não tinha fila, era tudo junto, tipo boiada. Cara,
se eu tivesse ali para tentar pegar um bom lugar no palco mundo iria querer
matar os Medinas. Entramos na abertura dos portões, demos uma boa caminhada e
olhada pela cidade do rock, com calma, bem diferente que em 2011.
Haters gonna hate, mas não tem festival que passa a
sensação que dá sempre que se entra na Cidade do Rock, a música tema do
festival tocando, os funcionários das “barraquinhas” recepcionando a galera, um
céu lindo azul, sério, o RIR sabe fazer isso como ninguém. Sem falar no
ingresso, como tinha comprado pelo card, eles te enviam uma linda caixinha já para
ir entrando no clima. Abertura dos portões, fazer essa caminhada, comprar água,
aí foi só o tempo de escolher o lugar no palco Sunset para o RIR iniciar o dia
oficialmente.
Jovanotti + Orquestra Imperial
O dia já começou bem pra cima, Lorenzo Jovanotti
acompanhado da grande Orquestra Imperial, mesclou excelentes músicas suas com músicas
brasileiras, ou seja, uma ótima espécie de rap italiano com samba brasileiro. Um
cara perto de mim berrou “quebra tudo" quando o Jova entrou no palco e ele
respondeu algo como "no ti capisco, ma va beníssimo". Abriu
o show homenageando o Brasil com uma Jam. Penso Positivo do italiano foi uma
excelente passagem, mesmo já conhecendo a música, nem tentei cantar junto
porque não consigo neh rs
Aí veio uma grande sequência de músicas brasileiras para
revesar os muitos cantores da Orquestra: Lugar Comum do Gilberto Gil, Sem
Compromisso de Chico Buarque com Moreno Veloso, Duani cantando Você de Tim
Maia, Brasil Pandeiro dos Novos Baianos com Emanuelle Araújo, a excelente Me
Deixa em Paz do grande Milton Nascimento na voz de Nina Becker, e ainda teve a
participação do sambista Wilson das Neves para cantar O Samba é Meu Dom.
Só então que voltou para as
músicas do italiano com L’ombico del Mundo, em que ele desceu pra galera, o
único a fazer isso no Sunset nesse dia, pena, justo quando tô na grade rs. E
encerrou o show muito bem com Popcorn, um ótimo encontro, pena que queria ter
ouvido mais o Jova, mas valeu a brincadeira!
Pepeu Gomes + Moraes Moreira + Roberta Sá
Sério, nunca achei que veria isso na minha vida!! Pepeu
Gomes e Moraes Moreira, na minha frente cantando Novos Baianos, até arrepia!!
hehehe, mas é verdade! E ainda com a participação da ótima Roberta Sá, e claro
do público! Para homenagear Baby Consuelo, Roberta usou uma blusa com uma
foto da Baby.
Um excelente encontro familiar que o maior favorecido foi
o público, Pepeu com seus irmãos Didi Gomes e Jorginho Gomes, Moraes com
o filho Davi Moraes, Roberta convidada,,... com um setlist que passou pelas
principais músicas dos Novos Baianos, grande maioria parte do considerado
melhor disco da música brasileira (que também concordo), Acabou Chorare, como Mistério
do Planeta, A Menina Dança, Tinindo Trincando, Brasil Pandeiro e também
composições do Pepeu: Um Raio Laser e Eu Também Quero Beijar e do Moraes: Lá
Vem o Brasil Descendo a Ladeira, Pombo Correio e Festa do Interior. Que setlist
fueda!
Pepeu Gomes brinca com a guitarra, Moraes não tem mais a
mesma voz de antes, mas não me importa, só de começar o show ouvindo Mistério
do Planeta esqueço esse detalhe, e aquele dedilhado que ele faz com a guitarra
é único. Didi Gomes é um dos melhores baixistas que já vi tocando, e se tem
dúvidas, é só ver o que ele fez em Um Bilhete para Didi. Davi Moraes também
toca muito, mas também neh, olha o meio familiar em que cresceu! Roberta Sá foi
uma excelente aquisição para esse reencontro de Pepeu e Moraes, uma excelente
voz da música brasileira e esbanja simpatia. Saiu do palco em acho que Pombo
Correio e teve que voltar para ficar no cantinho porque o povo ficou berrando
seu nome. Só acho que ela deveria ter cantado A Menina Dança, música que pede
voz feminina.
Que encontro!
O público nesse show era composto por todas as gerações,
famílias, até Thiago Lacerda tava por ali pertinho, multiplica senhor! Foi lindo!
Decidi gravar só uma música, Preta, Pretinha, mas acabei gravando a mais longa,
braço doeu pra caramba, mas foi um baita momento registrado:
Minha mãe viu o vídeo e ficou “ahhh esse show queria ter
visto!” tadinha. Fecharam o show com praticamente um hino
brasileiro Brasil Pandeiro, "Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor", num show que por mim poderia durar bem mais, delícia
demais um encontro desses! Ivo Meirelles com a bataria da Mangueira + Elba Ramalho +
Fernanda Abreu
A noite começou a cair na Cidade do Rock ao som
de vários ritmos da música brasileira, acompanhados pela Bateria da
Mangueira! Aquela mesma ótima estratégia da Mangueira de utilizar duas baterias
no carnaval de 2013 foi repetida no Rock in Rio, e o efeito foi tão bom quanto,
mesmo com alguns detalhes negativos.
O setlist começou com a bateria da Mangueira
mandando o Hino Nacional ao ritmo de samba, com todos os integrantes mascarados,
em referência aos protestos de junho.
Aí veio um festival de covers cantados pelo Ivo
Meirelles, por mim, o Ivo ficava só no comando da bateria, o que ele faz muito
bem, já que cantando não teve um efeito lá muito bom, e até as letras ele
errava “um livro sem sinal, livro sem sinal”. Fizeram uma versão de Cocaine,
que melhor é não comentar, rolou A Namorada, Get Up do James Brown, Pagode Russo...
Mas o negócio ficou bom mesmo quando entrou Elba
Ramalho para cantar sucessos nordestinos como Frevo Mulher, Qui Nem Jiló e Eu
Só Quero um Xodó, a mistura desse ritmo com a bateria da Mangueira ficou ótima,
rolou até trenzinho e túnel no público, puro baião, pena que o som do Palco
Sunset estava uma porcaria nesse show, mal se ouvia a voz maravilhosa da Elba!
A segunda convidada também sofreu com o baixo
som dos microfones, a carioquérrima Fernanda Abreu mandou o hino carioca que
caiu como uma luva num dia de calor e movimento como foi esse, Rio 40º, seguido
de Veneno da Lata, que também fica excelente com a bateria da Mangueira.
Finalmente vi Fernandinha Abreu ao vivo, anos querendo que isso acontecesse,
mesmo que por pouco tempo, valeu!
Ahhh! Quando crescer quero ser como a Fernanda
Abreu e a Elba Ramalho! Inteiraças ainda!
Rolou ainda Eclipse Oculto, Descubridor dos 7
Mares e pra fechar Vou Festejar com todos no palco, teve até participação do rapaz
que distribuía PlayStation no SBT e que não tava lavando o cabelo.
A mistura ficou bacana, mesmo com falhas no som,
foi divertido!
Skank
Não vi Skank abrindo o Palco Mundo! Foi o que mais me doeu nessa edição. Skank
é minha banda nacional favorita, mas era ver Skank pela 3ª vez, meio que de
longe ou ver Gogol na grade, também pela 3ª vez, fiquei com Gogol, já que era
turnê nova, e Skank faria praticamente o mesmo show do Rock in Rio em 2011, e
foi assim mesmo, até as falas nas músicas, porém teve as participações de
Emicida abrindo o show com Presença e de Nando Reis em Resposta. Foda foi ter que ficar ouvindo o show
de longe enquanto esperava Gogol, vontade de sair correndo, mas fazer o que,
escolhas. Pelo menos no Gogol ganhei um close na Multishow rs.
Gogol Bordello + Lenine
Fiquei esperando aparecer algum vendedor de cerveja antes
do show mas nada, já que iria sair dali depois e sacomé, Gogol Bordello é show
que pede cerveja.
A quebraceira já começa com We Rise Again, a primeira do
disco mais novo deles, Pura Vida Conspiracy seguida pela também agitada Not a
Crime.
“Gogol Bordello Família, amamos Brasil!”, aí com My Companjera, Inmigraniada (We Comin’ Rougher) e Break the Spell virou tudo uma “f***** party”
punk cigana de vez. “Inmigração em todo mundo”.
“Start wearing purple wearing purple laralarala, start
wearing purple, for me now” Ay gente, por um mundo com um show do Gogol por
mês, pelo menos, pqp que show que faz bem!
Levei bronca do Pedro Erazo porque uma hora tava tirando
foto quando era para bater palma, olhou pra mim bem sério, pediu as palmas,
bati palmas, aí ele riu e mandou um joínha hehehe
Foi o meu terceiro show do Gogol e pela primeira vez que
vi um show com a Elizabeth Sun nos vocais. Ahh, e claro, o vinho do
Eugene Hütz tava lá para molhar a gente.
A participação de Lenine foi bem menor do que imaginaria
que seria, ficou apenas para o final do show, curti, mas deu uma esfriada no
show, principalmente depois de Break the Spell vir com O Mundo, mas o melhor foi
o Eugene cantando em português “o mundo é esfirra de carne”. E depois mais uma
de Lenine, Alzira e a Torre, com direito a País Tropical no final.
Para finalizar as músicas do Gogol no setlist, Malaaaaandro,
Malandrino com também Lenine. E para fechar esse encontro Pagode Russo de Luiz Gonzaga.
No Rock in Rio Madrid vi
Gogol Bordello no palco principal, talvez no Brasil já fosse a hora disso
acontecer, mesmo achando que Gogol combina com a atmosfera festiva do Sunset, o
público do Sunset daqui é bem mais caloroso e receptivo, em Madrid não deu muito certo talvez porque lá na
versão espanhola o público em grande maioria só tava para esperar Red Hot
Chili Peppers e não souberam aproveitar o show.
Lenine
Lenine encerrou as atividades no Sunset com um show solo,
da turnê Chão, mas acabei não vendo porque fui tentar pegar um lugar no
Palco Mundo.
Phillip Phillips
Enquanto me preparava para assistir os shows no Palco
Mundo, o rapaz para quem eu torci no American Idol fazia no Rock in Rio o maior
show da sua carreira até então, para 80 mil pessoas. Nem pude assistir dignamente
Get Up Get Down, consegui me posicionar para ver o show só em Gone, Gone, Gone.
É um show simples, sem nada de especial, mas é um show
bom de se assistir vai, é só não criar muita expectativa. Num setlist bem curto, tocou Thriller de Michael Jackson e Let’s Get It On do Marvin Gaye. Fechou o show com a música mais famosa dele, Home, que
fez muito sucesso por aqui já que fez parte de trilha sonora da novela Sangue Bom,
aliás, foi a música que fechou a novela. Ficou bonito o público cantando e
acompanhando com os braços pra cima “ooooohh ooooohh”.
Mas particularmente, queria que no lugar do Phillip, Matchbox 20 tivesse pego esse espaço no dia 21.
Acho que o pior momento de público com apertos e
empurrões foi antes de começar o show do Joãozinho, se bem que nem foi tanto
assim, mas teve. John Mayer
Com 6 discos na carreira, a primeira passagem de John
Mayer no Brasil veio somente com a Born and Raised Tour. A música que abriu o
setlist foi a primeira do disco de estreia, Room For Squares, No Such Thing,
uma das minhas preferidas dele “They love to tell you ‘Stay inside the lines’
but something's better on the other side”.
E já na
sequência a animadinha Wildfire, “Cause a little bit of summer's what the
whole year's all about”, e não é?!
O primeiro solo de guitarra propriamente dito de John veio
em Queen of California, nesse momento que entendi porque tinha tantos fãs
homens no público. Outro show de solo com aquele estilo dedilhado veio na
excelente Slow Dancing in a Burning Room.
A banda sai de cena e fica somente John com o violão no
palco num momento em que acredito que muita gente ficou rouca, cantoria foi
linda em Daughters e na música que fez ele ser conhecido no mundo inteiro, Your
Body is a Wonderland.
Neon, que foi bastante pedida pelo público, ficou
praticamente só com uma ótima versão instrumental no violão, com um trechinho
cantado por John e grande parte pelo público. Amei a parte acelerada!
A banda volta ao palco e o coral do público continua com
a também ótima Waiting On The World To Change“One day our generation is
gonna rule the population”. Aliás, como eu não estava ali na frente do palco,
tava mais para o lado, deu para perceber como o John tem um público forte no
Brasil, todo mundo sabia todas as músicas, sério!
Ayy e o que falar da linda Dear Mary de Paradise Valley,
encerrada com aquele final apoteótico com o “ooOOoo...”, aliás duas vezes, já
que o público voltou a cantar e John acompanhou. “Now I wonder what you think when you see me on
the magazine” eu sei o que ela deve pensar “burra, burra…” rs
John ia tocar Vultures, mas como tinha muita gente
pedindo Stop This Train acabou perguntando o que o povo queria, e ficou com a
segunda. Na época fiquei até que putassa porque queria ter ouvido Vultures, mas
agora ainda bem que ouvi Stop This Train, tão lindinha! Fechou o show com o
excelente solo em Gravity, em que tocou com a guitarra no chão.
John tem uma presença de palco incrível, interage com o
público, canta bem e principalmente toca muito, parece que a guitarra e o
violão são brinquedinhos pra ele. Ayy quando que esse moço volta hein!! Aí ele não
precisa se desculpar tanto como fez no show, mas aceito aquele dinheiro.
Por alguns minutos teria tido a baita sorte de ter visto
o John no domingo, estava caminhando a tarde em Ipanema, tinha uma muvuquinha
na frente do Fasano, fomos ver o que era, e ele tinha saído uns minutos antes
para ir ao Maracanã ver o jogo do Botafogo.
Acabou o show do John Mayer e um mutirão saiu, e aí um
baita aperto, um povo tentando sair, outro tentando chegar mais perto do palco,
nessa confusão toda, conseguimos chegar perto do palco, bem mais perto do
imaginava que veria, já tinha me preparado psicologicamente para ver só pelo
telão pelo horário que chegaríamos ao palco mundo. A pessoa tem a chance de ver
a poucos metros uma das maiores lendas da música mundial, e sai fora minutos
antes do show começar, juro que não entendo! Mesmo se você não é fã do cara, um
show desse não se desperdiça. Coitados desses que tiveram que ver em tudo que
era manchete no dia seguinte que Bruce fez um dos melhores shows da história do
Rock in Rio. Bruce Springsteen
Chegou abrindo o show homenageando a música brasileira
com Sociedade Alternativa de Raul Seixas, aí já mostra o porque o cara é chamado
de The Boss!
Tô amando que cada vez mais o público brasileiro vem
cantando as harmonias das músicas para acompanhar, e nesse show do Bruce foi
incrível! E isso ficou evidente já na 1ª música dele, Badlands, aliás talvez a
minha preferida dele (mas sempre mudo).
“Vocês estão sentindo o astral?”, em Spirit in the Night
desceu para a galera (a primeira vez de muitas), chamou o Jake Clemons para fazer o solo
no sax com ele ali na grade mesmo. Em Hungry Heart deixou o público cantando o primeiro
verso, e depois já desceu pra galera de novo.
Então ele anuncia em bom português que irão tocar o álbum
Born in the USA inteiro, e tocou o disco inteiro mesmo!! Ayy se todas as bandas
tivessem a capacidade e vontade de fazer isso hein! Tocar por durante
praticamente 3 horas e ainda colocar um disco inteiro no setlist. #fueda, e
iniciou a música título do disco, seguindo a mesma sequência do álbum: Cover Me, Darlington County, Working On The Highway, Downbound Train, I’m on Fire (que
deu uma esfriada no show), mas aí ele já recupera o público com as excelentes No
Surrender e Bobby Jean, seguida de I'm Goin' Down, e a nostálgica Glory Days.
Com Dancing In The Dark, além de (mais) um clássico, veio a inveja e o recalque
da galera o Bruce chamou para subir no palco, principalmente da menina que
tocou no violão do Bruce, mas caramba, pensa, tocar o violão do hehehe. Fechou o
disco Born in the USA com My Hometown.
Em Shackled and Drawn deixou sua backvocal Michelle Moore
brilhar. E em Waitin' on a Sunny Day veio um dos momentos mais ooowww do Rock in
Rio, depois de passar praticamente a música toda andando pelo público, Bruce
parou na grade e deixou o microfone para um menininho cantar a música. Não
quero nem lembrar em quantos shows do Bruce aquele menino já foi porque é
vergonhoso pra mim rs.
A excelente Land of Hope and Dreams serve para provar
ainda mais porque ele é chamado The Boss e mostrar como The E Street Band é
competente.
Tem momentos em show que tem arrepiam mesmo, e no do
Bruce veio com o som inicial da gaita em Thunder Road, que música!!
Acho que Born to Run foi a primeira música que ouvi do
tio, não lembro quando, e escutar essa ao vivo já valeu o ingresso, o dia
inteiro em pé, só dá revolta por não ter sido uma das várias pessoas que
tocaram a guitarra do Bruce enquanto ele passava pelo povo.
Tenth Avenue Freeze-Out foi um show a parte, subiu no
piano, andou de novo pela galera, se apoiou no cinegrafista (que pra mim tem o
melhor selfie ever), levou um banho no palco de Steven Van Zandt.
Mais um dos momentos para colocar nos momentos mais
divertidos ever num show (assim como Here Comes The Night Time no Arcade,
Parklife no Blur, algum momento num show do Gogol,...): foram os covers Twist
and Shout com La Bamba, com direito a fogos de artificio para encerrar a noite
no Rock in Rio. Mas quem disse que o tiozão se dá por vencido?! A música acaba,
a banda se despede, e Bruce volta ao palco para finalizar de vez esse show
histórico, com um violão e cantando a lindíssima This Hard Land. Mas
particularmente queria que ele tivesse trocado Twist and Shout por Shout, como
foi aqui.
Se no Rock in Rio 2011 eu reclamei que o Coldplay fez um
show curto para um headliner, não posso dizer o mesmo desse show. Foi a
primeira vez que achei que passaria mal num show, na verdade, até hoje não
entendo como não passei mal, estava podre, cheguei até ficar meio zonza. Mesmo
tendo uma chuva de músicas excelentes, cheguei a pensar “acelera aí moço que
num tô aguentando”, daí lembrava as músicas que ainda seriam tocadas e pensava
“pho deu!” hauahauhaa
É um show fantástico, mas tem que ser solo, praticamente
não aguentei depois de ficar desde as 14:30 no palco Sunset, até sei lá que
horas no palco Mundo, com cerca de 2:45hrs de show. Mas vale cada minuto de
dores nas pernas, o cheiro da comida vindo com o vento e todo o resto!
A “grandiosa” E Street Band também dispensa comentários,
para acompanhar um cara como o Bruce, a banda tem que ser no mínimo excelente,
e é o que eles são, extremamente competentes e talentosos. Linda a homenagem ao
companheiro de longa data do Bruce, Clarence Clemens, agora muito bem representado
pelo seu sobrinho, Jake.
Acho que o público do Bruce foi um dos melhores públicos
de show que já presenciei, talvez o melhor mesmo, o povo tava ali pra curtir, dançar,
cantar, não tinha aquela coisa de querer se apertar só pra ver 20cm mais de
perto. Famílias, pessoas de todas as idades, tiozões, crianças cantando, todos encantados
por estarem presenciando um espetáculo de um dos maiores nomes da música
mundial.
E no outro dia, acordei, tomei banho, café e parecia que
ainda estava no show do Bruce!
Organização
Tirando o problema da entrada em que entram todos juntos,
que segundo a organização é para evitar filas, não tive mais problemas com essa
edição. Deu para comprar água fácil, tirando um ou outro ambulante que queria
te vender mais caro, aí era só mandar o cara tomar no **, assim literalmente e
comprar com outro, pena que não consegui pegar o número desses caras para
denunciar para a organização. Banheiros (banheiros mesmo, nada de químicos)
também quando precisei tive fácil acesso e estavam limpos, sem filas, o povo se
aglomerava nos primeiros sendo que os últimos estavam liberados.
Fui “jantar” no início do show do Philips e também
consegui comprar comida sem problemas e aglomero, com uma fila bem pequena.
Quanto a segurança não tive problema, ou melhor, ainda
bem que não precisei, sem contratempos. Tinha bastantes lixeiros espalhados por toda a Cidade do Rock e na entrada sacos de lixos eram distribuídos para quem estava chegando, mas mesmo assim não dá pra controlar o povo que jogo o lixo no chão neh. Novamente não fui na tirolesa, roda gigante e todas as outras atrações que geravam filas, até mesmo porque o tempo da abertura dos portões já dava a caminhada para ir direto ao Sunset.
Transporte, dessa vez fui com o ônibus executivo do Rock in Rio, se paga
um pouco mais caro (achei caro mesmo), tem o problema de ir atrás para comprar
o ticket (não conseguiria mais online), no meu caso no Circo Voador (<3) e
ter que ir até um dos pontos em que os ônibus saem. Como queríamos ir cedo,
pegamos o do 1º horário, pelas 11, não pegamos trânsito, só que o problema foi
que o ônibus não parou bem na frente da Cidade, parou mais no início da fila
dos portões do lado esquerdo, demos uma baita volta para entrar pelo portão
direito para já sair mais perto do Sunset e que tinha um pouco menos de gente.
Mas para ir embora é que esse ônibus realmente serve, você podre depois de uns
7 shows, dia inteiro em pé, é só pegar um dos vários ônibus que ficam bem na
saída do RIR, com vários destinos, poder ir descansando num banquinho bom.
Rock in Rio é um festival que te dá uma sensação tão boa
que dá vontade de ir e nem considerar muito as bandas, sem falar que qualquer
desculpa para voltar ao Rio é válida. Então RIR 2015, quem sabe, só falta o $$.