Depois de finalmente soltar os posts dos meus festivais preferidos no Brasil, é hora de finalmente falar sobre música espanhola.
Me ferro pra conseguir sair do interior de SC pra tentar
ver shows em SP/RJ, imagina então pra tentar ver show nos países hermanos,
tirando Juanes que foi um misto de planejamento e sorte, nunca tentei,
principalmente por motivo $$, ir em shows de artistas latinos na Argentina, por
exemplo.
Sempre tive azar com La Oreja de Van Gogh, uma vez estava
em Buenos Aires e eles tocariam lá dois dias depois que fui embora, e naquela
baita sorte de ir ao Rock in Rio Madrid, eles tocaram no final de semana
anterior ao que fui. E claro, como praticamente todas as bandas espanholas que
curto, nunca tocaram no Brasil (com exceção de El Canto del Loco).
Programei minhas férias para estudar espanhol em Mendoza
na Argentina, confesso que escolhi Mendoza também por as vezes ter shows
bacanas por lá, e acabei tendo uma baita sorte. Alguns dias depois, La Oreja de
Van Gogh anunciou que faria show lá (Sem falar que também peguei show do Jorge Drexler, próximo post), fui atrás do ingresso, mas não tinha venda
online e nem por telefone, deixei para comprar quando chegasse em Mendoza, uns
10 dias antes do show, cheguei num sábado a noite, no domingo quando iria atrás
do ingresso, anunciaram no twitter que todos os shows da turnê na Argentina
estavam com ingressos esgotados.
Conversei com mendocinos e eles me recomendaram a ir na
frente do Auditório Ángel Bustelo que sempre tem alguém vendendo, cheguei uma hora antes, não
tinha nenhum sinal de “vendedor”, fiquei por ali, até que chegou uma moça
perguntando quanto tava o ingresso, falei que estava esgotado, e aí ela disse
que tinha ingresso para vender, já desconfiei, disse que trabalhava ali e tinha
ingresso para o setor de Invitación, um preço até que razoável pelo que achei
que pagaria pra cambista. Dei uma choradinha pra ela, falei para não me vender
ingresso falso, disse que não era dali, ela disse que o ingresso era original e
que iria comigo até a entrada pra eu ter certeza da vericidade do ingresso, e
ela fez isso mesmo, foi até quase onde entreguei o ingresso. O lugar não era o
melhor, mas era o melhor que poderia conseguir pelas circunstâncias, como era no
setor de invitación, não era lugar marcado, quem chegava primeiro, escolhia o
seu lugar, como cheguei até que cedo, consegui um bom lugar.
O show estava marcado para as 22hrs, e nessa hora entrou
no palco Lowrdez para um pocket show de abertura, bacana, mas
nem prestei muita atenção nas músicas, só olhava para o guitarrista, que me
lembrava o Rafael Cardoso. hehe
Mas teve um momento que me arrepiei nesse show, fizeram
uma versão de La Ciudad de la Furia e dedicaram ao Cerati, que justamente naquele
dia completava exatos 4 anos em coma. :’( Sdds Cerati!! Faz muita falta nesse
mundo!!
Lowedez |
Não lembro exatamente quando comecei a escutar LOVG, mas
já devem fazer uns 8, 10 anos, ou mais, não sei. Mas lembro que a primeira música
que escutei foi Rosas, minha irmã colocava no quarto dela aí eu “pô, isso é
massa!” e aí sempre tava querendo ouvir a música da “carita empapada” e depois conhecendo
os discos.
E foi justamente Rosas que abriu o setlist, e que vem
abrindo a turnê Primera Fila, aliás, um excelente setlist, claro que sempre
fica uma ou outra que a gente adora de fora, mas acho que não mudaria quase
nada. rs
Por mais que eu goste da organização e tranquilidade que
um show com lugares marcados dá, é fodz complicado ficar sentada num show como
o do La Oreja, só balançando o pézinho. Acho que foi já em Mi Calle es Nueva York
que alguns se levantaram e já tava toda feliz pensando que o show seria em pé,
mas logo eles tiveram que sentar :’(
Xabi e o Theremín |
Muito bom poder ouvir ao vivo Perdida, essa é daquelas
músicas que diz muito para e por mim. Outro dos “clássicos” que apareceu foi París, coisa
linda, e em seguida, mais uma que eu adoro Europa VII.
A linda Palabras para Paula, que foi feita em homenagem a
filha do Haritz Garde é daquelas músicas que SE um dia eu tiver um filho ou
filha eu vou colocar para escutar muito, e claro, terá um significado
totalmente novo.
Palabras pra Paula María |
Mais um dos “clássicos”, a primeira música do primeiro
disco, Dile al Sol, que recentemente já fez 16 anos (!!), El 28!
Teve a linda visita de María ao som do ukelele do Pablo Benegas,
claro, sem a participação da Natália Lafourcade, mesmo preferindo essa versão
em forma de dueto, ainda assim continua sendo uma linda versão.
Amo essa versão que estão fazendo de Deseo de Cosas
Imposibles, um jeito “semi” acústico, com os 4 juntos e Haritz continuando na
bateria.
É oficial: nunca chorarei num show, não chorei nos shows
do Paul em Something e Here Today, nem em Turn no Travis ou The Universal no
Blur, meus olhinhos só brilharam em Wake Up no Arcade e não chorei em Jueves,
pra mim uma das músicas mais lindas! Feita em homenagem as vítimas do atentado
aos trens em Madrid em 2004, serviu como a música que apresentou Leire como a
nova voz da LOVG. Não sei como consegui gravar, mas depois do show do Juanes
que me arrependo de não ter feito mais vídeos, nesse fiz mais. Ficou meio
tremido porque olhava pouco para a câmera, e preferi filmar porque aí não
cantava e não estragava esse efeito lindo que a música passa, só com o
excelente piano de Xabi San Martín e a tremenda voz e interpretação da Leire.
Foram tantas músicas no bis que perdi a conta, parecia
show do Paul McCartney. A primeira do bis foi a mais nova no repertório, e também
ótima, Pálida Luna.
“Quedate esta fria madrugada, quedate hasta que la luz me
alba” olha, se durasse mais, eu ficava! Cometas por el Cielo é uma das que
mais gosto nessa fase Leire, me passa uma sensação tão boa, “Y que pequenos nos
veran, los que no volaron nunca”. Sem falar que a música permite a entrega
do público com o “uuuôôô uuuôôô...”.
Com Pop o auditório foi tomado por um clima totalmente
festivo e divertido (mais ainda).
O tom já de despedida não tira a energía que tem La Niña que
Llora en tus Fiestas. Aliás, adoro a forma como a Leire finaliza as palavras como
“Miramé” e também em várias outras músicas, forçando e alongando a sílaba final.
“Mi mundo empezando a temblar, presiento que se
acerca el final” letra mais que perfeita para finalizar o show, e é assim que
acaba, com a excelente Puedes Contar Conmigo, em um setlist também excelente! “y
sólo quedarán los buenos momentos de ayer”
Os quase 20 anos de carreira do LOVG fizeram com que eu
visse um dos melhores shows que já vi, sério. Pablo é incrível na guitarra,
violão e ukelele, mesmo com aquele jeito que pra mim chega a ser tímido. Fantástico
o som que ele consegue tirar desses instrumentos, principalmente quando você
olha para o palco e não vê uma outra guitarra ou violão de acompanhamento. Xabi
além de um excelente compositor, culpado pelos grandes sucessos do LOVG, é um
grande pianista, que fica evidente em músicas como Jueves e em tantas outras da
banda que ficaram tão famosas também pelo som característico do piano e teclado.
Haritz e Álvaro Fuentes tem uma presença visual um pouco mais discreta, mas não
musical. Leire é tudo o que já comentei acima, somando todos eles, dá uma qualidade
fantástica de show, só senti falta dos violinos que tem nos cds e no dvd
Primera Fila, mas mesmo assim, um show lindo, e a banda em excelente sintonia. Foi
só com esse show que consegui diminuir a minha obsessão que estava com Arcade
Fire após os shows no Brasil, precisava de uma nova obsessão. Só me arrependo
por não estar com uma bandeira do Brasil, só para deixar uma marquinha de leve
para eles neh. PQP, cadê essas produtoras brasileiras pra trazer essas bandas
para o Brasil?!
Segundo as informações “oficiais” de divulgação, o show
começaria as 10 e terminaria as 11:30, sabem de nada, inocentes! LOVG começou
as 10:30 e terminou a 1hr, com um tempo muito bem aproveitado, num setlist para
mim, perfeito!
Nesse meio tempo teve problema com as caixas de som do
lado direito do palco, parando o show por uns quase 10 min, o que serviu para
Leire trocar de roupa e pedir desculpas no jeito mais fofo do sotaque espanhol.
Amei Mdza, o auditório ficava a 7 minutos a pé da casa onde estava, saí do show
com uma pequena caminhada, sozinha, tarde de noite, pensando na ótima sensação
do show. E até nem foi tão mal ficar meio que doente por uns 4 dias por causa
do frio que peguei. rs
Xabi falando para Leire que terão que parar o show |
Fico agora também com a lembrança da dona da casa onde
estava, comentando num jantar com amigos dela que eu tinha ido ao show de La
Oreja, e aí sob efeito do vinho, ela e as amigas ficaram cantando berrando
Rosas. hauahaua
La Oreja volta para a América do Sul agora em novembro, inclusive passam novamente por Mendoza, mas claro, nada de Brasil, cadê gravadora e produtoras pra trazer esse povo hein??!!
Fantástico.
ResponderExcluirMe identifiquei com "PQP, cadê essas produtoras brasileiras pra trazer essas bandas para o Brasil?!" hehehe
Você também começou com Rosas? Fala sério. Eu também. Aquele refrão... Nossa... É muito lindo.