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Fotos: minhas |
Junho/Julho foi o período em que botei a mochila nas
costas (e mais uma mala pra puxar neh) e fui rodar caminhaaar muito por um
pouco da Europa, aqui chamada de zoropa. Descemos em Amsterdam (que falarei em
um dos posts adiante), pegamos um show do Paul McCartney (que já comentei aqui)
e logo na manhã seguinte (eu parecia até zumbi no aeroporto), pegamos um voo
pela “baratinha”, mas prática, EasyJet para República Tcheca, Praga!
Do aeroporto Václav Havel para a área central de Praga, que é uma boa
distância, pegamos o Airport Express Bus, que custa algo como 60 CZK (jogando
pra cima, dá menos de 10 reais), mas no centrão de Praga tivemos que pegar um táxi porque descemos num ponto antes e não estávamos entendendo o metrô rs.
Deixamos as coisas no hostel (minha primeira experiência na vida em hostel,
apesar do Equity Point ser limpo, organizado, atendimento bacana, tô velha pra
hostel! Éramos sempre era as últimas a dormir, mal dava pra tomar uma
cervejinha a noite, não curto ficar incomodando o povo que tá dormindo) e já
fomos conhecer a cidade, saímos direto em direção ao rio Vltava!
Praga, Praha, Prague, seja lá em qual idioma você falar, é
linda, encantadora! Uma das cidades que mais queria conhecer e valeu a
expectativa, acho que superou mesmo. Tem uma atmosfera tão boa!
Como só ficamos 3 noites (devido ao planejamento geral da viagem), focamos os passeios somente em
Praga 1, que em níveis turísticos é onde estão as principais atrações mesmo e
dá para fazer tudo a pé, e claro que andamos muito. O mais legal era estar
andando, ver uma ruazinha qualquer e entrar sem saber onde ia sair, e encontrar
(mais uma) rua encantadora. Em Praga só precisamos de transporte quando
chegamos e quando voltamos ao aeroporto.
Pegamos o quase verão tcheco, mas para padrões de
brasileira ainda tava friozinho. O povo tcheco me pareceu ser educado, claro que um ou
outro sempre tinha a cara mais fechada, mas era só não retribuir a cara feia e
tudo ficava bem. E em todos lugares que fomos todo mundo falava inglês, então
dava para se virar bem, porque se dependesse de eu falar tcheco ferrou neh! Ô
língua difícil! Pelo menos aprendi a falar Ahoj (olá), Díky (dííque) (obrigado)
e sim/não rs. Eles adoram quando turista fala “dicui”! Só tive problema em uma
loja de lembrancinhas, paguei no cartão e quando estava saindo da loja fiz as
contas e vi que cobraram o valor maior, voltei, e o preço de uma das peças
estava tipo o triplo no sistema, mas resolveram.
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Charles Bridge |
Praga é cortada pelo rio Vltava, que proporciona lindas vistas
de ambos os lados, das pontes, do castelo, da colina. A cidade é separada entre a Cidade
Velha (Staré Město) e Cidade Nova (Nové Město).
Perdi as contas de vezes que passamos na imponente Charles
Bridge (Karlův most), é uma delícia caminhar por essa ponte, por toda a
história que ela carrega (teve a construção finalizada em 1402 e já passou por
alguns perrengues mas segue forte), pelas lendas, pelos artistas e músicos que
ficam por ali, pela vista que proporciona tanto do Rio Vltava quanto do Castelo
de Praga e pelas 30 esculturas religiosas em estilo barroco que estão em toda a
extensão da ponte, entre elas a de John of Nepomuk, que dizem que traz boa
sorte e que faz você voltar a Praga se tocar na placa na base da estátua, mas
tem que tocar no padre caindo.
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Charles Bridge |
As torres da Charles Bridge também valem a subida, Old
Town bridge Tower que fica na direção da praça da Cidade Velha e a The Malá
Strana Tower Bridge que fica na direção do Castelo. Decidimos subir a segunda para
ter uma vista melhor do Castelo e da região do Malá Strana. Os degraus até que
são poucos comparados a vista histórica que se tem lá de cima e o bacana é que
se pode ficar também na plataforma em cima da ponte que liga a Malá Strana Tower com a
menor Lesser Tower.
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Old Town bridge Tower |
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The Malá Strana Tower |
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Vista da The Malá Strana Tower |
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Vista da The Malá Strana Tower |
Detalhe na imagem no topo de uma casa ao lado esquerdo da ponte se você está indo em direção ao castelo. Diz a lenda que a cidade passou por uma forte enchente que destruiu/danificou boa parte da área, mas só a imagem ficou ali, intacta.
O complexo do Castelo de Praga é enorme e é considerado o
maior do mundo. Tem que reservar umas boas horas para visitar, já que tem muita
coisa pra ser vista. Grandes jardins com vistas lindas da cidade, a lindíssima,
tanto por fora quanto por dentro, Saint Vitus Cathedral de estilo gótico e a
menor e a mais antiga St. George's Basilica (é de 920), tem palácios (dentre
eles o Palácio Real de Praga), pátios, salas que contam a história da
construção do castelo, Torre de Pólvora, a Torre Dalibor,... Também conseguimos
acompanhar a troca de guarda real, que é bem mais simples comparadas a de outros países, mas vale ser vista. Uma parte do castelo é gratuita, mas vale a
pena pagar as 170 CZK de ingresso para ver toda a catedral e suas capelas, entrar
nas salas, no Vladislav Hall, na Golden Lane (Zlatá ulička),... Claro que como
a senhorinha “lady Murphy” nunca nos abandona, a frente do castelo no portão principal estava em
obras. O castelo já foi casa dos reis da Bohemia, imperadores e agora é a casa
oficial dos presidentes da Repúbica Tcheca.
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Castelo |
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Escadas do Castelo |
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Saint Vitus Cathedral |
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Gargoyles protegendo a Saint Vitus Cathedral |
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Interior da Saint Vitus Cathedral |
Exterior / Interior da St. George's Basilica
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Golden Lane |
Ali mesmo no castelo (ou qualquer esquina da cidade) é
possível comer o Trdelník! É obrigatório! É tipo uma massa de pão simples
em volta de um rolo que fica assando em cima do fogo, é deliciosa, coberta com
açúcar e tipo canela. E com um cheiro também delicioso, já tô sentindo o cheiro,
socorr!
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Trdelník |
Não menos importante que a Charles Bridge e o Castelo,
temos a Old Town Square – Praça da Cidade Velha, (que fica entre a Charles
Bridge e a Wenceslas Square), um lugar delicioso de se andar e admirar as construções em vários estilos de Praga, e de saber que importantes fatos
históricos de Praga tiveram como palco essa praça. Vale a pena ser vista tanto
de dia quanto de noite, já que é rodeada por bares e restaurantes. Tente pegar
qualquer ruazinha que sai dessa praça assim como alguém que não tem rumo, sem
mapa, você vai adorar qualquer rua (bom, você eu não sei, mas eu adorei).
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Old Town Square |
Na Old Town Square, mais especificamente na Old Town Hall,
está um dos principais pontos turísticos de Praga (além da própria praça), o
Prague Orloj ou Prague Astronomical Clock, de 1410 e é o mais antigo do mundo
em funcionamento. Me arrependo por não ter comprado mais lembrancinhas desse
relógio, já que é um relógio muito bem feito e lindo (só não espere
um relógio muito grande), e por todos os “requisitos” que ele contém, como o
relógio mecânico, o mostrador astronômico, que representa a posição do sol e da
lua, mostrador de calendário e dos signos do zodíaco.
Mas a grande atração ocorre sempre de hora em hora, quando
os minutos estão para voltar para a posição zero. A estátua da morte aparece
virando uma ampulheta. E nas duas janelas abaixo do galo que canta anunciando a
nova hora surgem as figuras de madeira dos 12 apóstolos, saem por rápidos
segundos, bobeou perdeu. Além desse “show”, o relógio tem as estátuas da
vaidade, avareza, morte, invasão pagã, de um cronista, anjo, astrônomo e
filósofo. E olha que isso é só uma parte do que tem no relógio e na sua
história.
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Orloj |
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Old Town Hall |
O relógio é localizado na torre da antiga prefeitura de
Praga, Old Town Hall. Você paga um ingresso de algo como 120 CZK e pode subir
ao topo da torre. Uma parte do caminho você faz de elevador e o outro pode ir
subindo a pé para ver detalhes da construção do relógio. E a vista lá de cima,
lórrico, é linda! É possível ver toda a Old Town Square de cima, e boa parte de
Praga 1. O dia estava meio cinzento mas nem isso tira o brilho natural de Praga.
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Vista da Old Town Hall |
The Church of Mother of God before Týn é a
principal construção que você olha estando na Old Town Square, não tem como não
olhar, igreja de estilo gótico do século 14, com duas torres imponentes que podem ser
vistas de várias partes da cidade. Pena que é rodeada por outras construções,
por isso que não dá para ver decentemente ela inteira. Agora não lembro porque
não entramos nela, não sei se estava aberta. Pena.
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Týn |
A Wenceslas Square (Václavské
náměstí) também é outra linda região de Praga, mesmo que aqui as
construções já tenham um estilo um pouco mais “moderno”. É a principal área comercial de
Praga. A maioria das lojas adoradas por brasileiros estão por aqui.
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Wenceslas |
E ao final da Wenceslas está o grandioso Czech National
Museum (Národní muzeum), com itens de história, história natural, arte, música
e literatura (também há outros prédios do National Museum pela cidade). A
construção é tão imponente que em 1968 durante o The Prague Spring levou uns tiros,
mas seguiu em pé. É o que delimita o fim da Cidade Velha com a Cidade Nova.
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Národní muzeum |
Perto da Wenceslas está o mercado/feira Havelske Trziste, o melhor lugar para se comprar as lembrancinhas pelo melhor preço, desde brinquedos de madeira a lixas de unhas de vidro (ótimas), e as bruxinhas de Praga, que são para pendurar em casa que segundo a tradição trazem sorte. #Dicadaxha se você comprar essas famosas bruxinhas, lembre-se de tirar as pilhas quando for viajar. Minha irmã comprou uma e a bruxinha começou a rir numa viagem de trem. hehehe
Ahhh e em lojas próximas a feira tem ótimas opções de cristais (indústria forte da República Tcheca) para dar de presente, principalmente pingentes e brincos!
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Havelske Trziste |
A região do Malá Strana também é ótima para se “perder”,
com suas lindas ruazinhas e construções, e ótimas atrações, como The Church
of Saint Nicholas, basílica em estilo barroco também chama a atenção e a Malostranské
náměstí (Lesser Town Square).
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Entrada do Malá Strana - Mostecká Street |
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Malostranské náměstí (Lesser Town Square) |
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The Church of Saint Nicholas |
Subindo pelo Malá Strana, um pouco mais acima do castelo, passando pela Praça do Castelo (Hradčanské náměstí), é possível ir visitar as
atrações na parte “alta” da cidade, entre elas a igreja em estilo barroco
Loreta, claro que a ladyzinha Murphy trabalhou muito bem nessa trip e a igreja também
estava em reformas, só conseguimos ver um pouco da entrada.
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Schwarzenberg Palace - Praça do Castelo - Hradčanské náměstí |
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Loreta |
Chegando ao Monastério de Strahov, estávamos decidindo se
íamos até a Torre de Petřín, tentando ver qual seria o melhor caminho, uma
tcheca que estava esperando um ônibus chegou bem prestativa “you look like
lost” e deu a direção, mas acabamos desistindo numa parte do caminho porque a
caminhada seria longa e já era quase fim do dia (e já estávamos bem cansadas e
ainda teríamos muito para andar). Íamos deixar para o outro dia para subir de
funicular, mas acabou nem rolando. E sobre o Monastério de Strahov, tente visitar as bibliotecas.
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Vista do Strahov |
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Torre de Petřín e o Monastério de Strahov |
Na parte baixa da cidade, outra área de Praga rica em história, o Bairro Judeu, Josefov (ou Jewish quarter), onde está The Jewish
Museum in Prague (Židovské
muzeum v Praze). É possível comprar pacotes de ingressos para visitar
as sinagogas (entre elas a The Old New Synagogue), o museu e o cemitério
judeu, o The Old Jewish Cemetery, mas para tirar fotos tem um acréscimo no
valor do pacote. O cemitério é o que chama mais atenção, já que devido a falta
de espaço, as lápides foram sendo construídas uma em cima da outra, dando a
impressão de estarem esmagadas. Não se sabe exatamente o número de pessoas que
estão enterradas ali.
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Frente do Cemitério Judeu |
O Edifício Dançante (Dancing House) do arquiteto tcheco
Vlado Milunic com o arquiteto canadense/americano Frank Gehry, é uma coisa meio
diferente de se olhar, parece de algum filme de animação.
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Dancing House |
Claro que o John Lennon Wall para a gente era meio que uma
parada obrigatória. Localizado no Malá Strana próximo a Charles Bridge, e iniciado
no início da década de 80, o muro servia para expressar o amor que a população
tinha pelo John Lennon e no final dessa mesma década, também para expressar a
repressão ao regime comunista. E segue até hoje, com mensagens de amor, de paz,
homenagens a John e aos Beatles. Só espero que não vire lugar para o pessoal ir tirar fotos "bonitinhas" e esqueçam da real origem do muro.
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John Lennon Wall |
Como meus talentos artísticos são quase
negativos, a única coisa que consegui fazer no muro foi isso:
Próximo ao John Lennon Wall está John Lennon Pub, espaço
bacana, com posters e fotos dos Beatles e do John, música boa, excelente cerveja,
comida e atendimento! Tentamos também o “Absint for Friends”, indicado pela
atendente, uma forma de absinto (bebida bem popular e totalmente liberada na República Tcheca) pra
fracos, diluída em água e açúcar, mas que faz efeito também rs. Depois dali fomos
tirar fotos a noite na ponte e foi difícil acertar alguma devida a combinação absint
+ tremedeira de frio.
O Hard Rock Cafe de Praga é grande, tem um ambiente bacana
(bom, nos padões RHC) e bom atendimento, ali experimentei a Staropramen escura,
muito boa também. A atendente depois que falamos que éramos brasileiras disse que o sonho dela é conhecer o Brasil e que tá guardando $$ pra isso, quer ficar no mínimo 3 semanas por aqui, claro que além dos destinos habituais do Brasil, indicamos nosso estadinho catarinense pra ela.
Também fomos no Ice Pub Prague, que é lugar de turista
mesmo, pagar pra passar frio! Tem sessões de 20 minutos, você ganha um casacão
e luvas, entra e a contagem começa. O ingresso inclui um drink e também é
possível comprar mais bebidas lá dentro, mas pelo preço nem vale. O negócio é ficar dando pulinhos pra tentar esquentar e torcer para a “tortura” terminar,
mas vale a experiência e o bom é que agora não preciso mais entrar num desses bares pra ver como é, já deu o que tinha que dar.
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Ice Pub Prague |
Praga é cheia de ótimos bares, com ótima cerveja, alguns com lindas vistas, no rio, na
região da praça da cidade velha tem, na Malá Strana,... é só ir conhecendo.
Falando em bebida, a cerveja tcheca é não só barata, mas
também ótima. Nos bares, restaurantes, e até mesmo no mercado é mais barato que
comprar água, chá gelado, refrigerantes... então pra que tomar outra coisa neh?
Não lembro todas as que tomei, mas as principais do país são as que mais gostei
mesmo, Pilsner Urquell e Staropramen. No programa O Mundo Segundo os
Brasileiros sobre a cidade, um brasileiro disse que se aumentarem o preço da
cerveja, terá uma revolução no país. Tão certos. O preço médio de 500ml de cerveja num bar lá é em torno de 6 reais, vale a pena vai! Aqui cê paga uns 8 em trezentos e poucos mls de uma marca qualquer. E nos outros países é em torno de 4 euros ou 3,50 libras. Claro que deu (mais) saudades de Praga depois!
A considerada rua mais estreita do mundo estava fechada
quando fomos atravessar, abre somente quando o restaurante Certovka do outro lado está
funcionando. Ou seja, não deu para ver ninguém entelado (já aconteceu). Teve seu "início" para ser uma via de escape para o rio em caso de incêndios.
A ruazinha é bem pertinho do Kafka Museum, que fomos ver por fora, mas
decidimos não entrar por questão de tempo, já que eram nossas últimas horas na
cidade e decidimos gastá-las andando (mais um pouco) para nos despedirmos, ou
melhor, dizer até logo, assim espero.
Na entrada do museu estão as esculturas Peeing Statues de David Černý, que ficam em movimento e assim como o próprio nome diz, fazendo xixi.
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Peeing Statues - Kafka Museum |
Como não amar uma cidade linda, com um visual maravilhoso, rica em história, cultura e arquitetura, e ainda com cerveja boa e preço em conta?
Tem mais coisas para falar dessa cidade, mas vou parar por aqui porque o post já tá enorme. E para finalizar, mais alguns dos registros de Praga:
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(Foto roubada da minha irmã) |
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Na Charles Bridge, cena comum nas atrações turísticas da Europa, orientais fazendo fotos do ensaio de casamento |
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Prague by night and absint |
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St. Francis of Assisi Church e Kostel Nejsvětějšího Salvátora |
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Na Praça do Castelo - Hradčanské náměstí |
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Uma quebrada na Hradčanské náměstí |
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Outra vista da Charles Bridge |
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The Malá Strana Tower |
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Rudolfinum Concert Hall na Jan Palach Square |
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Staré Město |
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Vista da Charles Bridge |
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Outra vista da Charles Bridge |
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Na ponte no canal entre Malá Strana and Kampa island |
Tchau Praga, só sei que quero voltar!! E não só para
Praga, quero andar sem rumo pelo interior da República Tcheca também. E na próxima parada da #zoropatrip: Paris.
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